Analisado por: Janet Valdés Tito
Revisado: José Angel Riandes González
A Figura 1
mostra a ZCIT definida tanto no Oceano Atlântico (4º e 7º N) quanto no Pacífico
(7º e 12ºN). Na imagem de satélite observa-se também a presença de uma Linha de
Instabilidade (LI), a qual está relacionada com a precipitação na região Norte
- Nordeste do Brasil, a LI pode ser melhor identificada através da animação da
imagem de satélite com a temperatura realçada (Figura 2), a qual verifica-se o
deslocamento da LI para o interior da Amazônia. O JST e JPN estão divididos em
dois núcleos, mais para abaixo os JPS, apresenta uma configuração mais zonal.
Figura
1: Imagem de satélite GOES-13 de vapor d'água das 00Z do dia 22 de junho de
2016. As linhas laranja indica o JPN, violeta o JPS e vermelha o JST. A ZCIT
está indicada em laranja e a LI de verde.
Figura 2: Animação de imagens do satélite GOES-13 Temperatura
Realçada das 00Z às 15Z do dia 22 de
junho de 2016.
Na análise da carta sinótica no nível de 250 hPa (figura
3) observa-se o padrão de escoamento anticiclônico com centro próximo ao
litoral do MA. Mais ao sudeste nos 12°S/15°W localiza-se um segundo centro anticiclônico.
Entre os 15°S e 25°S observa-se a atuação do Jato Subtropical (JST); associado
ao Jato Subtropical (JST) é notado um cavado, sobre Uruguai, Paraguai e
centro-norte da Bolívia. Ao Sul dos 30°S localiza-se o Jato Polar Norte (JPN)
contornando dois cavados, um sobre o oceano Atlântico, com leve curvatura
ciclônica e outro próximo à costa Chilena. O ramo sul do Jato Polar (JPS) atua
ao sul de 50°S. Associado ao JPS, um cavado dá suporte a uma frente fria no sul
do continente. A bifurcação do JST e dos Jatos Polar Norte e Sul, causada pelo
cavado e crista notados desde leste das Ilhas Falkland e centro-sul da Bolívia,
caracterizam um evento de bloqueio atmosférico, ao qual recebe novo suporte
sobre o Pacífico.
Figura
3: Campo de Linhas de Corrente e Geopotencial no nível de pressão de 250hPa.
Na análise
da carta sinótica no nível de 500 hPa (figura 4), observa-se o padrão do
escoamento anticiclônico sobre grande parte do centro-norte do continente, com
centro em aproximadamente 17°S/10°W. Este padrão de circulação influência nas
condições de tempo de grande parte do Centro-Oeste e Sudeste, onde favorece a
ocorrência de movimento descendente do ar e inibe a formação de nebulosidade
significativa. Nos 13°S/90°W localiza-se também um centro anticiclônico. Um
cavado frontal atua com o eixo no Atlântico ao sul dos 25°S e à leste de 30°W. Aproximadamente
nos 45°S/90°W e 45°S/60°W observa-se a presencia de dois centros ciclônicos. Ao
Sul dos centros ciclônicos é notado um cavado. O cavado, sobre o continente, e
uma crista a nordeste das Ilhas Falkland, favorecem a bifurcação do escoamento
de oeste, como é notado nos níveis altos, caracterizando um evento de bloqueio
atmosférico, ao qual recebe novo suporte sobre o Pacífico. O JPN e o JPS
continuam bem representados nas mesmas posições vistas anteriormente.
Figura
4: Campo de Linhas de corrente e Geopotencial no nível de pressão de 500hPa.
A figura 5
mostra a carta sinótica no nível de 850 hPa. Nota-se nas regiões Norte e
Nordeste, um escoamento predominantemente de leste/sudeste. Mas na parte do
Norte e Centro-Oeste predomina o padrão de escoamento anticiclônico inibindo a
nebulosidade convectiva em grande parte dessas regiões. No Paraguai o
escoamento fecha um centro ciclônico no centro desse país, que também auxilia
na convergência de umidade, no sul de MS, RS, SC, PR e SP. Este centro
ciclônico associado aos cavados em médios e altos níveis favorecem a manutenção
das instabilidades nos estados citados anteriormente. Um centro anticiclônico
atua na Argentina e litoral da região Sul e Sudeste do Brasil. Este centro
anticiclônico associado ao cento ciclônico centrado no Paraguai é resultado do
escoamento em médios e altos níveis, evidenciando o evento de bloqueio
atmosférico em baixos níveis. Sobre o pacífico observa-se outro centro
ciclônico próximo à costa Chilena. Além disso é observado três centros
anticiclônicos localizados aproximadamente nos 30°S/90°W, 23°S/30°W e 30°S/5°W
respectivamente. Assim como dois centros de baixa pressão localizados nos 57°S/110°W
e 51°S/20°W respectivamente.
Figura
5: Campo de Linhas de Corrente, Temperatura e Geopotencial no nível de pressão
de 850 hPa.
Na figura 6 mostra-se
a análise da carta sinótica de superfície, nota-se que o ramo estacionário de
um sistema frontal atua no norte do RJ e segue como ramo frio no oceano
Atlântico adjacente. Na retaguarda deste sistema, observa-se a alta pressão
pós-frontal, que adquire características subtropicais, com valor de 1028 hPa,
centrada em torno de 37°S/49°W, refletindo uma região de cristas em médios e
altos níveis. Um cavado invertido atua no centro de MS e o litoral do RS,
também reflexo dos níveis médios e altos. Uma frente fria atua do litoral da
Província de Santa Cruz, passando a sudoeste das Ilhas Malvinas até um ciclone com
centro fora do domínio da figura. Uma zona frontal atua no Pacífico e tem a
baixa pressão de 996 hPa localizada em 44°S/88°W, aproximadamente. A Alta
Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) tem núcleo fora do domínio desta figura, à
oeste dos 5°W. A Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) encontra-se
aproximadamente entre os 33°S/112°W. A
Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) oscila em torno de 04°N/07°N no
Oceano Atlântico e entre os 07°N/12°N no Oceano Pacífico.
Figura
6: Campo de Pressão em superfície e Espessura entre 1000 e 500hPa.
Pela análise
da precipitação acumulada em 24h (Figura 7), destacam-se duas regiões de maior
precipitação. Conforme mencionado anteriormente, pode-se ver a precipitação no
SE associado a um centro ciclônico nos baixos níveis e aos cavados em médios e
altos níveis, o que favorecem a convergência de umidade e a manutenção das
instabilidades nessa região. Já a precipitação registrada no norte da região
Norte e Nordeste do Brasil, está relacionada ao escoamento predominantemente de
leste/sudeste, onde a velocidade foi superior a 20 kt (Vide figura 5), o que auxilia
o transporte de umidade e causa instabilidades para estas localidades, assim
como convecção de uma Linha de Instabilidade (Vide Figura 2).
Figura 7: Dados de precipitação acumulada (mm)
para a Região da América do Sul. FONTE: OGIMET
Referências:
- Imagens de satélite: http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logic
- Cartas sinóticas de 250, 500, 850hPa e superfície: http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob
- Precipitação acumulada 24 h: http://www.ogimet.com/cgi-bin/gsynop?zona=amersurc&base=complex&proy=orto&ano=2015&mes=06&day=12&hora=12&vr4=R4&enviar=Ve
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