Por: Jose Angel Riandes
Revisado: João Luiz Martins Basso
Na análise da imagem de satélite de vapor d'água (Figura 1) pode-se observar a presença dos Jatos Polar Norte (JPN), Polar Sul (JPS) e Subtropical (JST).
Na região Norte e Nordeste do continente observa-se uma amplia área de
instabilidade associada à influência da ZCIT, na animação
de imagens do satélite GOES-13 de temperatura Realçada (Figura 2) é visto que
esta área de instabilidade adentra-se para
o interior da Amazônia.
Figura 1. Imagem de satélite
GOES-13 de vapor d'água das 00Z do dia 23 de junho de 2016. As linhas amarelas
indica o JPN, violeta o JPS e vermelha o JST. A ZCIT está indicada em laranja e
a LI de verde.
Figura 2. Animação de imagens do satélite
GOES-13 Temperatura Realçada das 19Z do dia 22 às 00Z do dia 23 de junho de
2016.
Na análise da carta sinótica no
nível de 250 hPa (Figura 3) observa-se o padrão de escoamento anticiclônico com
centro próximo ao litoral do MA, estendendo-se desde o PA, passando pelo Peru,
até outro centro anticiclônico no Pacífico (10°S-85°W). No sudoeste do AM há um
cavado com eixo desde o litoral do RS. Este cavado em altos níveis favorece a
formação de nebulosidade alta em áreas do centro do MT, de GO, de MG, norte do
RJ e centro-sul do ES. Em torno aos 15°S e 25°S observa-se a atuação do JST e
ao sul 30°S o JPN. O ramo sul JPS atua ao sul dos 45°S .
Figura 3 Análise
do GFS-250 hPa. Os círculos azuis indicam os centros de alta pressão e os vermelhos
os centros de baixa pressão.
Na carta de 500 hPa (Figura 4) observa-se uma região de alta pressão (AP)
localizada aproximadamente entre os 10ºS-35°W com centro em PE. Além disso, há
dois centros de baixa pressão (BP) ao sul dos 50ºS sobre o Oceano Atlântico (55ºS-35°W)
e em torno aos 15ºS-110°W no Pacifico. O JPN e o JPS continuam bem
representados nas mesmas posições vistas anteriormente.
Figura 4. Análise do GFS-500 hPa. Os círculos azuis indicam os centros de alta pressão e os
vermelhos os centros de baixa
pressão
Na análise da carta sinótica no nível de 850 hPa da 00Z do dia 23/06 (Figura
5), nota-se sobre as regiões Norte e Nordeste, o escoamento predominantemente
de leste/sudeste, onde a velocidade foi superior a 20 kt, que auxilia o
transporte de umidade e causa instabilidades para essas localidades. No Uruguai
e RS o escoamento fecha um centro ciclônico, que estende-se sobre SC, PR e SP, o
que auxiliou na convergência de umidade sobre essas localidades. Este centro
ciclônico associado aos cavados em médios e altos níveis favorece a manutenção
das instabilidades nos estados citados anteriormente. Visualiza-se
também o sinal da ASPS em torno aos 33ºS-105ºW, assim como um centro de AP e um
centro de BP nos 35ºS-35ºW e 25ºS-55ºW respectivamente.
Figura 5. Análise do GFS-850 hPa. Linhas pretas tracejadas indicam os
cavados, os círculos azuis (vermelhos) os centros de alta (baixa) pressão.
Na análise da carta sinótica de superfície da 00Z do dia
23/06 (Figura 6), nota-se a presencia de uma alta pressão com características
subtropicais com valor de 1028 hPa, centrada em torno de 35°S/35°W. Um cavado
atua a sul da Província de Buenos Aires à Península de Valdés. No Atlântico ao
sul dos 45°S um sistema frontal pode ser observado, associado a um ciclone de
968 hPa em torno aos 56°S-31°W. Uma frente fria atua no sul do Chile e tem a
baixa pressão relativa de 982 hPa, localizada aproximadamente nos 58°S-80°W. A
Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) encontra-se com o centro à oeste de
90°W com valor de 1028hPa. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) oscila em
torno de 07°N/12°N no Oceano Pacífico e em torno de 03°N/07°N no Oceano
Atlântico.
Figura 6 Análise do
GFS-1000 hPa para o dia 23 de junho de 2016 às 00Z.
Pela análise da precipitação acumulada em 24h (Figura 7),
destacam-se duas regiões de maior precipitação. Conforme mencionado
anteriormente, pode-se ver a precipitação no SE associada a um centro ciclônico, que
estende-se sobre SC, PR e SP, o que auxiliou na convergência de umidade sobre
essas localidades. Já a precipitação registrada no norte da
região Norte e Nordeste do Brasil, está relacionada à convecção ocasionada pela
Linha de Instabilidade (Vide Figura 2) e pelo escoamento de leste/sudeste, com velocidade
superior a 20 kt, que auxilia o transporte de umidade e causa instabilidades
para essas localidades (Vide Figura 5).
Figura 7. Análise da precipitação acumulada em 24 horas para o dia 07 de junho de 2016 às 00Z.
Referências:
- Imagens de satélite: http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logic
- Cartas sinóticas de 250, 500, 850hPa e superfície: http://www.masterantiga.iag.usp.br
- Precipitação acumulada 24 h: http://www.ogimet.com/cgi-bin/
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