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sexta-feira, 1 de julho de 2016

20160701 00Z

Por: Martim Mas
Revisado por: Andrea Viteri

Na carta referente a 250 hPa (Fig. 1) observa-se o Jato Subtropical (JST; vermelho) presente sobre o oceano Pacífico entre 25 e 15S e 120 e 100W e sobre o Atlântico entre 25S e 15S e entre 45W e Greenwich. O Jato Polar Norte (JPN; azul escuro) cruza todo o domínio, partindo de 47S em 120W com tendo sua incursão máxima ao norte quase em 25S entre 90 e 80W. À jusante, flui para sul até 5W, a partir de onde parece defletir uma vez mais para norte. Também é possível observar um escoamento menos definido ao sul que pode ser atribuído ao Jato Polar Sul (JPS; azul claro) com um núcleo em 55S entre 70W e 55W, que acaba confluindo com o JPN em 35W e 50S.


Figura 1: Campo de linhas de corrente e geopotencial em 250 hPa para 01/jul/16 às 00Z. Estão destacados os jatos subtropical (vermelho), polar norte (azul escuro) e polar sul (azul claro). Fonte: MASTER.

Na carta de 500 hPa (Fig. 2) nota-se o escoamento mais definido do JPS, confluindo com o JPN, que neste caso tem um escoamento menos definido. É possível observá-lo na mesma posição que em 250 hPa (Fig. 1) a leste de 60W e entre 105W e 90W. Entre 80W e 65W nota-se um núcleo de jato que não é possível atribuir claramente ao JPN ou JST (tracejado em azul e vermelho). Aqui vemos que a deflexão para norte do JST e para sul do JPN pode ser atribuída à Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) em 20W e 35S, que causa um cavado e uma crista respectivamente. Também é possível observar centros de alta pressão entre o norte de Minas Gerais e o sul da Bahia e sobre a Bolívia, que não estão presentes nas cartas dos demais níveis. Nota-se também um centro de baixa pressão em 95W e 45S, associado a um cavado do escoamento do JPN.


Figura 2: Campo de linhas de corrente, ventos e geopotencial em 500 hPa para 01/jul/16 às 00Z. Estão destacados os jatos subtropical (vermelho), polar norte (azul escuro) e polar sul (azul claro). Em amarelo, estão indicadas as cristas (linhas serrilhadas) e cavados (linhas tracejadas), além dos centros de alta (A) e baixa (B) pressão. Fonte: MASTER.

Em 850 hPa (Fig. 3), o campo de altura do geopotencial mostra a persistência da ASAS e da Baixa em 95W e 45S, bem como uma crista logo ao sul desta Baixa e outra ao largo do litoral do Rio Grande do Sul e do Uruguai, a leste do que parece ser um escoamento associado ao Jato de Baixos Níveis (JBN), ainda que pouco intenso. Por fim, nota-se um leve cavado no escoamento dos jatos polares entre 40 e 30W.


Figura 3: Campo de linhas de corrente, geopotencial, ventos e temperatura em 850 hPa para 01/jul/16 às 00Z. Estão destacados o jato de baixos níveis (laranja) e em amarelo as cristas (linhas serrilhadas) e cavados (linhas tracejadas), além dos centros de alta (A) e baixa (B) pressão. Fonte: MASTER.

A carta referente à superfície (Fig. 4) mostra a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) entre 7N e 15N no Pacífico e entre 2N e 7N no Atlântico. Também é possível observar a ASAS, que tem uma assinatura evidente da superfície até 500 hPa, assim como a Baixa sobre o Pacífico, que pode inclusive ser associada ao cavado no escoamento em 250 hPa (Fig. 1). Outra feição notável nesta carta é a deformação do centro de Alta ao passar sobre os Andes entre 85 e 50W e entre 47 e 37S. Pode-se observar também a presença de uma frente fria localizada na parte sul do continente e o Atlântico, e ao oeste, no Pacifico, ao redor da baixa formada junto com a formação de uma frente quente e oclusa.


Figura 4: Campo de pressão reduzida ao nível do mar, ventos em superfície e espessura entre 1000 e 500 hPa para 01/jul/16 às 00Z. Estão destacados os centros de alta (A) e baixa (B) pressão, assim como a Zona de Convergência Intertropical em amarelo. Fonte: MASTER.

Por fim, as imagens do satélite GOES-13 de temperatura realçada por infravermelho (Fig. 5) e vapor d’água (Fig. 6) mostram claramente a intensa formação de nuvens cumulus associada à ZCIT sobre ambos os oceanos (mais a norte no Pacífico e mais ao sul no Atlântico), assim como a faixa de nebulosidade associada ao JPN, propagando para sul do Pacífico ao Atlântico e a circulação ciclônica associada à baixa sobre o Pacífico. A região de menor nebulosidade e vapor d’água ao largo do litoral gaúcho pode ser justificada pela crista observada em 850 hPa (Fig. 3), ao passo que a faixa de nebulosidade paralela à costa sudeste do Brasil pode ser explicada pelo sistema crista-cavado observado em 500 hPa (Fig. 2). Sobre o norte/nordeste do Brasil e centro do continente sulamericano predomina o tempo bom, provavelmente associado às Altas observadas também em 500 hPa (Fig. 2). 



Figura 5: Imagem do satélite GOES-13 no canal infravermelho com realce de temperatura para 01/jul/16 às 00Z. Fonte: MASTER.



Figura 6: Imagem do satélite GOES-13 no canal do vapor d'água para 01/jul/16 às 00Z. Fonte: MASTER.


A Fig. 7 confirma também o tempo estável sobre o continente, com precipitação praticamente nula sobre todo o país à exceção do extremo norte da região, dominado pela ZCIT.

Figura 7: Precipitação acumulada nas últimas 24h em 01/jul/16 às 00Z. Fonte: OGIMET

Fontes:

MASTER: www.master.iag.usp.br
OGIMET: www.ogimet.com


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