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terça-feira, 30 de junho de 2015

20150630



Analisado por: Fernanda Marcello de Oliveira


Figura 1 - Imagem de satélite GOES-13 do canal de vapor d'água das 00Z do dia 30 de junho de 2015.  Identificados estão: o ramo norte do Jato Polar (JPN – linha alaranjada), ramo sul do Jato Polar (JPS – linha amarela), Jato Subtropical (JST – linha vermelha) e Zona de Convergência Intertropical (ZCIT – indicada em verde).


          Na Figura 1 (imagem de satélite do canal de vapor d'água) a ZCIT se estende em ambos os oceanos com orientação aproximada NW-SE, e se encontra ligeiramente posicionada mais ao norte no Atlântico do que no Pacífico, na banda latitudinal 0º-10ºN. Estas observações podem ser melhor verificadas no campo gerado de divergência de umidade e ventos em 1000 hPa (Figura 11) pelas bandas de convergência em destaque e pela confluência dos ventos.
          O Jato Subtropical (JST) se estende do Pacífico Central ao Mato Grosso do Sul e mais ao norte desde o Tocantins para o oceano Atlântico. O ramo norte do Jato Polar (JPN) cruza o Chile e a Argentina, e se manifesta seguindo Atlântico adentro. O ramo sul do Jato Polar (JPS) é mais evidente na porção a partir da costa sul da Argentina, em direção ao extremo sul do Atlântico Sul. A distribuição dos jatos pode ser verificada pela animação das imagens de satélite (Figura 2).




                               Figura 2 - Animação de imagens do satélite GOES-13 (vapor d'água) das 00Z às 16:30Z do dia 30 de junho de 2015.




Figura 3 - Análise do GFS-250 hPa. O JPN está indicado em alaranjado, JPS em amarelo e JST em vermelho. Linhas pretas tracejadas representam cavados e em "dente de serra" representam as cristas. Centros de alta pressão (A) estão indicados em vermelho.


          Na carta de 250 hPa (Figura 3), observa-se que o centro de Alta Pressão (AP) presente a oeste do Equador e Peru (sobre a linha de costa e o Pacífico) desde 27/6/2015 se mantém, centrado em 5ºS, 80ºW. Dois cavados se destacam, no Pacífico em torno de 100ºW e sobre o continente, abaixo do equador, em ~55ºW. Uma crista também pode ser observada no Atlântico, ao lado da costa nordeste do Brasil, possivelmente associada à uma circulação anticiclônica fechada (centro de AP), à leste, fora do domínio da figura.
          No corte vertical em 85ºW (painel esquerdo Figura 4) apenas o núcleo do JST está bem definido, representado pelas maiores velocidades centradas em 25ºS. No corte vertical em 20ºW (painel direito Figura 4), o núcleo do JST é bem distinguível, centrado em 20º-15ºS com temperatura potencial em torno de 340K; e o ramo sul do Jato Polar (JPS) centrado em ~55º-50ºS, com temperatura potencial em torno de 320K.
          O ramo norte do Jato Polar (JPN) não é muito bem identificado pelo critério da seleção de núcleos de maiores velocidades centrados em valores aproximados de altura geopotencial (10440-10200 mgp) na carta de 250 hPa, nem por núcleos de maiores velocidades centrados em valores aproximados de temperatura potencial nos cortes verticais (~330K), mas pode ser inferido principalmente pela animação das imagens de  satélite no canal de vapor d’água (Figura 2), e também pela imagem pontual (Figura 1).
          Pela animação do canal do vapor d’água é possível visualizar com mais clareza O JST subdividido em dois principais ramos leste e oeste (centrados em 85ºW e 20ºW, confirmados pelos cortes verticais).


Figura 4 - Corte vertical da temperatura potencial (K) e magnitude do vento às 00Z do dia 30/06/2015, nas longitudes de 85ºW (painel esquerdo) e 20ºW (painel direito). Fonte: Master.




Figura 5 - Análise do GFS-500 hPa. O JPN está indicado em alaranjado, JPS em amarelo e JST em vermelho. Linhas pretas tracejadas representam cavados e em formato "dente de serra" representam as cristas. Centros de alta pressão (A) [baixa pressão (B)] estão indicados em vermelho [azul].


          Em 500 hPa (Figura 5), há ainda um pequeno sinal do JST em torno de 25ºS, 95ºW e do JPS mais a sul, o qual se mostra mais profundo (pelo corte vertical, painel direito Figura 4). A dupla de baixas centradas em ~27ºS, 102ºW [com um cavado associado (já visível em 250 hPa)] e em 35ºS, 97ºW, se mantém; assim como a AP à leste do continente no Atlântico em ~23ºS, 30ºW e o cavado associado, à leste. A crista que estava ao lado da costa nordeste do Brasil em 250 hPa, parece ter se deslocado para sudeste, provavelmente representando o deslocamento de um centro de AP. O cavado observado sobre o continente em 250 hPa também aparece deslocado para sul.


               Figura 6 - Análise do GFS-850 hPa. Linhas pretas tracejadas representam cavados e "dentes de serra" representam as cristas. Centros de alta pressão (A) [baixa pressão (B)] estão indicados em vermelho [azul].

          As configurações do nível de 850 hPa se mantêm, em relação ao dia anterior. Com duas AP à leste e oeste do continente, uma baixa em ~26ºS, 108ºW, um cavado mais sutil a partir costa da Argentina com orientação sudeste e uma crista mais pronunciada sobre o continente, em associação à AP do Atlântico.
          Com relação ao nível anterior analisado (acima, de 500 hPa), as feições que se mantiveram foram da AP no Atlântico e o centro de BP superior no Pacífico. A AP que surgiu no Pacífico não estava formada em 500 hPa.


  Figura 7 - Análise do GFS-1000 hPa. Centros de alta pressão (A) [baixa pressão (B)] estão indicados em vermelho [azul]. Assim como frentes frias (em azul) e frentes quentes (em vermelho).


          O suporte do cavado presente em 850 hPa, e a configuração zonal da ASPS e ASAS em superfície, propiciaram a frontogênese. O sistema frontal observado já havia se desenvolvido no dia anterior, e agora aparece mais alongado, e deslocado para leste, associado ao sinal de uma BP no canto inferior direito do domínio. Na carta de superfície da Figura 7, a ZCIT apresenta configuração bem semelhante à da imagem de satélite, orientada de acordo com o encontro dos alísios de sudeste e de nordeste. A Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) está centrada em 40ºS, 90ºW, e o centro de BP presente acima dela se mantém. A Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) centra-se em 30-35ºS, 15ºW.


Figura 8 -  Precipitação acumulada (mm em 24h) das 12:00 UTC do dia 29/06/2015 às 12:00 UTC do dia 30/06/2015. Fonte: OGIMET.


          Pela análise da precipitação acumulada em 24h (Figura 8), dois locais se destacam: litoral do nordeste, e sul do Paraguai/noroeste do RS. Pela Figura 10, é possível observar a convergência de umidade no litoral do nordeste, e a incidência perpendicular dos ventos de superfície na costa, propiciando convecção, como observado na análise do dia anterior (29/6). Já na animação da Figura 9, do canal infravermelho (Temperatura realçada), pode-se observar o desenvolvimento de um sistema sobre a região de maior precipitação no sul do Paraguai e noroeste do RS, o que poderia talvez ser caracterizado como um Complexo Convectivo de Meso-escala (CCM), pelo aumento da radiação infra-vermelha e pelos acumulados de precipitação na região.



Figura 9 - Animação de imagens do satélite GOES-13 (Temperatura Realçada) das 00Z às 16:30Z do dia 30 de junho de 2015.





 Figura 10 - Mapa de divergência de umidade e ventos em 1000 hPa para 00Z de 30/6/2015.

          É possível ainda observar na Figura 10 a convergência dos ventos e convergência de umidade na região do sistema frontal, corroborando a presença e localização da frente fria.






Referências:

Cartas sinóticas: http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob


Imagens de satélite e animações: http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logic


Precipitação acumulada 24h:
http://www.ogimet.com/cgi-bin/gsynop?lang=en&zona=amersurc&base=bluem&proy=orto&ano=2015&mes=06&day=30&hora=12&vr4=R4&Send=send

Campos gerados:
Análise do GFS - MASTER



segunda-feira, 29 de junho de 2015

20150629

Análise Sinótica de 29 de Junho de 2015 00Z 

Análisado por: Edson Yatabe Barbosa

 Figura 1. Imagem de satélite GOES-13 de vapor d'água das 00Z do dia 29 de junho de 2015.  A linha laranja indica o JPN, a amarela o JPS e a vermelha o JST. A ZCIT está indicada em verde. 

Na Figura 1, o JPN se estende desde o Pacífico até o Atlântico, atravessando o continente sobre o Chile e a Argentina. Mais ao sul, encontra-se o JPS tanto no Atlântico quanto no Pacífico Sul. Já o JST, ao norte, se estende na faixa seca sobre o oceano até a Argentina e se mostra bem definido a leste da costa do Brasil por volta de 20S de latitude. Observa-se a ZCIT no Pacífico em uma faixa mais zonal que a ZCIT no Atlântico, mas ambas estão por volta de 10N.

Figura 2. Análise do GFS-250 hPa para o dia 29 de junho de 2015 às 00Z. A linha laranja indica o JPN, a amarela o JPS e a vermelha o JST. As linhas pretas tracejadas os cavados e as pretas "dente de serra" as cristas. E os círculos vermelhos os centros de alta pressão e os azuis os de baixa.


Na carta de 250hPa (Figura 2), há o acoplamento do JPN e do JST sobre o Pacífico e já no Atlântico somente o JST como visto na imagem de satélite. O outro ramo do JPN se acopla mais ao sul, aproximadamente em 50S, com o JPS. Além disso, há um extenso cavado associado com as duas circulações ciclônicas, aproximadamente entre 30-35S. E outra mais extenso sobre o continente.


Figura 3. Análise do GFS-500 hPa para o dia 29 de junho de 2015 às 00Z. Linhas laranja indica o JPN e amarela JPS, linhas pretas tracejadas os cavados e as pretas "dente de serra" as cristas. E os círculos vermelhos os centros de alta pressão e os azuis os de baixa.

Nota-se na Figura 3 que o acoplamento do JPN com o JPS se mantém bem configurado como no nível de 250hPa e outro ramo do JPN somente em uma faixa do Pacífico aproximadamente em 25S. Os dois centros de baixa no Pacífico continuam e seu cavado associado também. Já as duas circulações anticiclônicas do nível acima, não se mantém e uma surge no Atlântico. O extenso cavado que estava sobre o continente não se configura mais neste nível e observa-se uma região de alta pressão.

Figura 4Análise do GFS-850 hPa para o dia 29 de junho de 2015 às 00Z. Linhas pretas tracejadas indicam os cavados e as pretas "dente de serra" as cristas, os círculos vermelhos (azul) os centros de alta (baixa) pressão.

A circulação de alta pressão no Pacífico continua bem configurada e uma crista associada se estende desde o Atlântico até o interior do continente. Há também um cavado associado ao centro de baixa pressão em 40W e 65S e o centro de baixa (com centros de alta pressão ao sul e leste) que se entende desde os níveis mais altos ainda está bem configurado no Pacífico.


Figura 5Análise do GFS-1000 hPa para o dia 29 de junho de 2015 às 00Z. Os círculos vermelhos (azul) os centros de alta (baixa) pressão. 

A carta de superfície mostra a ASAS bem configurada em 35S e 30W e a ASPS em 40S e 100W ao sul do centro de baixa pressão, que se mostra definido desde os altos níveis (atmosfera barotrópica). É possível identificar um frente fria ao sul do continente em uma região de forte gradiente de temperatura. Em relação a ZCIT, ela se mostra muito semelhante sobre o Pacífico em relação a Figura 1, já sobre o Pacífico ela possui um comportamento totalmente zonal. 


Figura 6.  Precipitação acumulada em 24h às 00Z do dia 29/06/2015. Fonte: OGIMET

Analisando a precipitação acumulada em 24h, há maiores volumes no Uruguai, sul do Paraguai e na costa do Nordeste brasileiro. A precipitação no Paraguai e no Uruguai, pode-se estar associado com o JBN, que se mostra no nível de 850hPa, o que ajuda no aporte de umidade vindo de latitudes maiores e que pode sustentar convecção local. Já na costa brasileira, os vento de leste em superfície perpendiculares a costa convergem na "divisa" continente-mar, o que auxilia nos movimentos ascendentes e na geração de convecção. Apesar dos altos valores de precipitação nessa região, não há evidência de convecção profunda, somente nuvens mais estratiformes, como vistos na imagem de satélite.

Referências: 
  1. Imagens de satélite: http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logic
  2. Cartas sinóticas de 250, 500, 850hPa e superfície: http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob
  3. Precipitação acumulada 24 h: http://www.ogimet.com/cgi-bin/gsynop?zona=amersurc&base=complex&proy=orto&ano=2015&mes=06&day=29&hora=12&vr4=R4&enviar=Ve
  4. Campos gerados: Análise do GFS - Laboratório MASTER

domingo, 28 de junho de 2015

20150628

Análise Sinótica 2015-06-28 00
Diego Rodriguez Zimmermann


Figura 1. Imagem de satélite GOES-13 de vapor d'água de 28 de junho de 2015, 00Z. JST - Jato Subtropical (linha vermelha); JPN - Ramo Norte do Jato Polar (linha laranja); JPS - Ramo Sul do Jato Polar (linha amarela); ZCIT - Zona de Convergência Intertropical (verde). 

Figura 2. Animação de imagens de satélite GOES-13 de vapor d'água.

Na figura 1 observa-se o JST estendendo-se desde o Pacífico Sul (em latitudes médias) até o continente, atravessando o sul do Chile e chegando até a Argentina e volta a observarse no Atlântico perto do nordeste de Brasil. Mais ao sul, em latitudes altas, se pode observar o JPN, estendendo-se desde o Pacífico Sul até o Atlântico, atravessando o continente pelo nor-centro do Chile e da Argentina e o JPS pelo extremo norte do continente (ver anexo 2a e 2b). A ZCIT  fica bem definida ao norte da linha equatorial, mais sobre o Pacífico que sobre o Atlântico.

Figura 3: Análise da carta sinótica de 250 hPa - GFS.JST - Jato Subtropical (linha vermelha); JPN - Ramo Norte do Jato Polar (linha laranja); JPS - Ramo Sul do Jato Polar (linha amarela); Cavados (linhas azuis tracejadas); Cristas (linhas vermelhas em escada).

Na figura 3 observa-se o JST entre 15 e 25°S estendido desde o Pacífico até o continente, atravessando o sul do Chile e chegando até a Argentina e no Atlântico perto do nordeste de Brasil tal como se vê na imagem de satélite. Sobre o Pacífico ele está acoplado a o JPN, entre 25 e 35°S (ver anexo 2a) se pode observar também o JPN no Atlântico (entre 40 e 50°S) e o JPS estendendo-se desde o Pacífico Sul (em latitudes baixas) até o Atlântico (ver anexo 2b). Além disso, no Pacífico  observa-se uma circulação horaria  entre 25 e 35°S.  Finalmente destaca-se um cavado profundo sobre o continente.

Figura 4: Análise da carta sinótica de 500 hPa - GFS.JST - Jato Subtropical (linha vermelha); JPN - Ramo Norte do Jato Polar (linha laranja); JPS - Ramo Sul do Jato Polar (linha amarela); Cavados (linhas azuis tracejadas); Cristas (linhas vermelhas em escada).

Na figura 4 observa-se o  JPS melhor definido que em 250 hPa, isto concorda com os cortes verticalis feitos em 110°W  e 90°W (ver anexo 2a e 2b) o JPN ainda pode ser observado mas com menos detalhe e o JST não se pode observar neste nível. Também ainda continua-se observando-se a circulação horaria associada a um cavado bem profundo e com o frente frio em superfície que será analisado na figura 6.

Figura 5: Análise da carta sinótica de 850 hPa - GFS. Cavados (linhas azuis tracejadas); Cristas (linhas pretas em escada).

Na figura 5 observa-se uma circulação antihoraria intensa com núcleo sobre o Atlântico com núcleo sobre 30°S e 38°W e que se estende como uma crista para o continente até atingir RO. Além disso, observa-se outro sistema com circulação antihoraria sobre o Pacífico com núcleo em 40°S e 108°W, e uma circulação horaria no Atlântico Sul com núcleo sobre 28°S e 105°W. 

Figura 6: Análise da carta sinótica em superfície - GFS. Frentes fríos (azuis) e quentes (vermelhos).

Na figura 6 nota-se a continuidade dos sistemas frontais deslocando-se para o leste, associados com a convergência de umidade (ver anexo 3), dos quais, o mais desenvolvido localiza-se desde o nordeste de Uruguai até o cavado localizado sobre o Atlântico Sul entre os 40 e 45°S, além disso observase um frente em processo de oclusão associado a uma baixa no Pacífico com núcleo em 28°S 105°W, e a frente estacionaria observada al sul do ASAS. Localiza-se também a Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) e do Atlântico Sul (ASAS) com núcleos em 40°S e 108°W e 35°S e 33°W, respectivamente. Finalmente, nota-se a ZCIT da mesma forma que na imagem de satélite, deslocada para o norte no Pacífico e rodeando os 5°N no Atlântico. 

Anexos:   

Anexo 1: Mapa de precipitação acumulada em 24 horas.

Neste mapa observa-se os maiores valores de precipitação sobre costa nordeste do Brasil (associada ao paso da frente estacionaria), nos estados de PE, AL, SE e BA  e sobre limite de Argentina com Uruguai, principalmente.

Anexo 2a: Corte vertical de temperatura potencial equivalente e velocidade do ventos em a)110°W.
Anexo 2b: Corte vertical de temperatura potencial equivalente e velocidade do ventos em  b)90°W.
Anexo 3: Mapa de convergência de umidade e ventos em 1000 hPa.
Anexo 4: Mapa de vetor Q em 1000 hPa (preto) e linhas de corrente em 1000hPa (verde). Convergência do vetor Q representa os movimentos ascendentes.
Anexo 5: Mapa de Omega (movimento vertical) em 700 hPa, movimentos ascendentes (descendentes) em linhas tracejadas (continuas) e linhas de corrente em 1000hPa. 
Nesta figura pode observarse os movimentos ascendentes associados á frente estacionaria no Atlântico Sul.


Referências:


1. Imagem de vapor d'água (IR3). Modificado de: 
http://satelite.cptec.inpe.br/repositorio5/goes13/goes13_web/ams_vapor_alta/2015/06/S11232954_201506280000.jpg

2. Animação de imagens de vapor d'água (IR3). 
http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logic

3. Mapa de analise em 250 hPa. Modificado de: 
http://masterantiga.iag.usp.br/previsao_glob/fig_rita_sinotica/POR_250_RITA_00Z28JUN2015.jpeg

4. Mapa de analise em 500 hPa. Modificado de: 
http://masterantiga.iag.usp.br/previsao_glob/fig_rita_sinotica/POR_500_RITA_00Z28JUN2015.jpeg

5. Mapa de analise em 850 hPa. Modificado de: 
http://masterantiga.iag.usp.br/previsao_glob/fig_rita_sinotica/POR_850_RITA_00Z28JUN2015.jpeg

6. Mapa de analise em superfície. Modificado de: 
http://masterantiga.iag.usp.br/previsao_glob/fig_rita_sinotica/POR_SUP_RITA_00Z28JUN2015.jpeg

7. Mapa de precipitação acumulada em 24 horas:
http://www.ogimet.com/cgi-bin/gsynop?zona=amersurc&base=bluem&proy=orto&ano=2015&mes=06&day=28&hora=12&vr4=R4&enviar=Ver 

8. Cortes verticais gerados pelo login@aulamaster.iag.usp.br

9. Mapas de div_umidade, vento, vetor Q e Omega gerados pelo login@aulamaster.iag.usp.br

sábado, 27 de junho de 2015

20150627

Análise Sinótica de 27 de Junho de 2015 00Z 

Dante Campagnoli Napolitano


A imagem de satélite (Fig.1) mostra a presença do jato subtropical (JST) e os ramos norte e sul do jato polar (JPN e JPS, respectivamente) identificados próximos aos maiores gradientes de nebulosidade com a ajuda da carta sinótica a 250 Hpa (Fig.2) e dos cortes verticais em 105ºW e 10ºW (Fig.3). Pela banda de nebulosidade podemos identificar a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que ocupa basicamente a mesma faixa de latitude no Atlântico e no Pacífico, embora ganhe espessura no Pacífico Oeste. Isso poderá ser melhor analisado nas cartas de 1000Hpa (Fig.6) e no mapa de ventos e divergência de umidade em superfície (Fig.7).

Figura 1. Imagem de Satélite GOES-13 de vapor d'água das 00z de 27/06/2015.  Linhas vermelhas: JST, Linhas laranjas: JPN; Linhas amarelas: JPS. Caixa hachurada verde: ZCIT

Pela análise da carta sinótica em 250 Hpa podemos observar que o sistema cavado-crista-cavado ao sul de 20ºS presente da análise 20150626 continua presente, embora tenha se deslocado um pouco para leste. Nesta carta é possível observar com mais clareza a acoplamento dos jatos JST e JPN próximo a 105ºW e 10ºW. Embora não seja muito intenso como o fluxo entre 55-60ºS, o corte vertical (Fig. 3) sugere que o JPN está acoplado em parte ao JST e parte ao JPS em 105ºW. Esse padrão é possível pela curvatura apresentada pelo fluxo, migrando de latitude entre 120-90ºW.
Três centros de alta pressão (AP) podem ser observados próximos à linha do Equador, dois no Hemisfério Norte (como visto ontem) e um no Pacífico.

Figura 2. Carta sinótica do modelo GFS das 00z de 27/06/2015 em 250 Hpa.  Linhas vermelhas: JST, Linhas laranjas: JPN; Linhas amarelas: JPS. Linhas pretas tracejadas: cavados; Linhas pretas em escada: cristas; Elipses vemelhas: centros de alta pressão.
Figura 3. Corte vertical do modelo GFS das 00z de 27/06/2015 em 105ºW (esquerda) e 10ºW (direita). As elipses pretas indicam a presença de um ou mais jatos.
Pelo corte vertical em 5ºW (Fig.3 - direira), podemos observar o JPN e o JPS atingindo camadas de menor pressão na atmosfera. Logo, tais jatos também poderão ser identificados na carta sinótica de 500 Hpa (Fig. 4) .


Figura 4. Carta sinótica do modelo GFS das 00z de 27/06/2015 em 500 Hpa.  Linhas laranjas: JPN; Linhas amarelas: JPS. Linhas pretas tracejadas: cavados; Linhas pretas em escada: cristas; Elipses vemelhas: centros de alta pressão; Elipses azuis: centros de baixa pressão
Como dito anteriormente, o JPN e o JPS podem ser identificados 500 Hpa. O sistema cavado-crista-cavado permanece em 500 Hpa e nessa altitude já pode ser observado um centro de alta pressão associado à crista em 40ºW e um centro de baixa pressão (BP) formou-se associado ao cavado. As altas pressões identificadas ontem no meio do Atlântico parecem estar migrando para leste, enquanto um outro AP permanece próximo ao NE do Brasil.


Figura 5. Carta sinótica do modelo GFS das 00z de 27/06/2015 em 850 Hpa.  Linhas pretas tracejadas: cavados; Linhas pretas em escada: cristas; Elipses vemelhas: centros de alta pressão; Elipses azuis: centros de baixa pressão
Em 850 Hpa, podemos observar pela Fig. 5 que os cavados e crista identificados em 250 Hpa (Fig. 2) ainda podem ser vistos, embora apresentem menor intensidade. Próximo a 30ºS, dois centros de alta pressão são separados pela América do Sul. No Atlântico o AP está associado à crista e no Pacífico podemos observar a baixa associada a níveis mais altos do cavado em 60ºW interferindo no AP, provocando convergência de ventos e atividade convectiva (Fig. 6 e 7).

Figura 6. Carta sinótica do modelo GFS das 00z de 27/06/2015 em 1000 Hpa. Elipses vemelhas: centros de alta pressão; Linhas com semicírculos azuis: frentes frias; semicírculo roxo: frente oclusa; Caixa hachurada verde: ZCIT.
Através da carta sinótica de superfície (Fig. 6), podemos definir com mais clareza a ZCIT observando o vento zonal na região demarcada na Fig. 1. A ZCIT é identificada no Hemisfério Norte e mantém a mesma latitude média no Oceano Atlântico e Pacífico, com uma espessura de pouco menos de 5º de latitude. O AP centrado em ~35ºS 40ºW possui duas frentes interagindo com ele. uma frente em oclusão que se estende de 30ºW a 20ºE (Fig 7.) identificada nas análises anteriores e uma frente fria em 45ºS 55ºW. Podemos notar ainda uma nova frente fria prestes a alcançar a costa do Chile e uma frente no Pacífico em 30ºS 105ºW.
Esta frente no Pacífico surge da interação da AP com a BP identificadas na carta de 850 Hpa. Se estes centros se mantiverem a frente deverá ser estacionária nos próximos dias.

Figura 7. Análise do modelo GFS das 00z de 27/06/2015 de divergência de umidade e vento em 1000Hpa. A caixa vermelha indica convergência de ventos.

A Fig.7 ilustra a posição das frentes idenficadas pela divergência negativa de umidade e a convergência de ventos nas regiões analisadas. A caixa vermelha indica uma região onde a convergência dos ventos úmidos do Atlântico Sul gera convecção e convergência de umidade, o que resulta em precipitação no litoral de todo o Nordeste do Brasil e ES, como observado pelos dados de precipitação acumulada (Fig 8.)

Figura 8. Mapa de precipitação acumulada em 24h para o dia 27/06/2015 as 00z.


Referências

Figura1. http://satelite.cptec.inpe.br/repositorio5/goes13/goes13_web/ams_vapor_alta/2015/06/S11232954_201506270000.jpg
Figura2. http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob (link 250Hpa)
Figura3. Gerada rotina corte_vertical_ana.gs (grads)
Figura4. http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob (link 500Hpa)
Figura5. http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob (link 850Hpa)
Figura6. http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob (link superfície)
Figura7. Gerada software gfsana (aulamaster)
Figura8. http://ogimet.com/cgi-bin/gsynop?zona=amersurc&base=bluem&proy=orto&ano=2015&mes=06&day=27&hora=00&vr4=R4&enviar=Ver

sexta-feira, 26 de junho de 2015

20150626

Analise Sinótica do dia 26 de Junho de 2015.

Analisado por: Alexandre Manenti B. P. Dos Santos



Figura 1. Imagem de satélite de vapor d'água. O JST está representada em vermelho, o JPN e JPS em laranja e amarelo, respectivamente. A ZCIT está indicada em verde. Modificada de: INPE/CPTEC

A imagem de satélite de vapor d'água o JST que se encontra um pouco mais ao norte do que observado no dia anterior. Nota-se o JPN cruzar o centro da Argentina e uma parte do JPS alcançando as regiões mais ao sul da América do Sul. A ZCIT permaneceu praticamente estática em relação a ontem, sendo facilmente localizada pela sua banda de nebulosidade.

Figura 2. Imagem de satélite para nevoeiros. Alguns nevoeiros que afetam o continente estão destacados em vermelho. Modificada de: INPE/CPTEC

A imagem de satélite para nevoeiros do CPTEC nos mostra a ocorrência dos mesmos na região costeira do SE brasileiro, assim como uma grande quantidade de nevoa no centro e norte da Argentina e sobre o oceano Pacifico, beirando a costa do centro da América do Sul.

Figura 3. Análise da carta sinótica em 250hPa. Os Jatos seguem o padrão de cor da imagem de satélite. As linhas tracejadas e em dente de serra representam os cavados e as cristas, respectivamente. Modificada de: MASTER

Os jatos de altos níveis seguem o padrão observado na imagem de satélite, notando-se mais claramente a atuação do JPS ao sul da América do Sul. São observadas duas altas acima do equador. A crista e o cavado observados ontem para o sul do Atlântico Sul tornam-se um pouco mais intensos, com o ponta do cavado sofrendo um pequeno deslocamento em direção ao continente. Já os cavados sobre o Pacifico Sul estão mais pronunciados, além de terem sofrido um deslocamento para oeste.

Figura 4. Análise da carta sinótica em 500hPa. Os Jatos seguem o padrão de cor da imagem de satélite. Modificada de: MASTER

A presença dos JPN e JPS ainda são observadas para a carta sinótica de 500hPa. As circulações anticiclônicas observadas em 250hPa não podem ser mais vistas vistas. A alta que se encontrava sobre o centro da América do Sul no dia anterior se deslocou para a costa do Sul do Brasil. Sua intensidade também está maior, o que explica o alongamento do cavado no Atlântico Sul. Pequenas altas se encontram um pouco mais a leste do continente. Os cavados sobre o Pacifico Sul continuam a ser observados.

Figura 5: Análise da carta sinótica em 850 hPa. Letras “A” e “B” representam altas e baixas. Círculos verdes e laranjas representam advecção fria e quente de temperatura, respectivamente. Modificada de: MASTER

Para a análise de 850hPa podemos observar a Alta Subtropical do Atlântico Sul centrada próximo a 35°S - 40°W, um pouco mais a oeste do que ontem. Já a Alta Subtropical do Pacifico Sul volta a aparecer próxima a costa do Chile em 25°S - 90°W. O sistema crista cavado que persiste dês de altos níveis continua a aparecer, estando relacionado com eles advecção quente e fria de temperatura, respectivamente. O cavado no Pacifico também continua a aparecer, gerando advecção fria de temperatura. Nota-se a advecção quente de temperatura na América central.

Figura 6: Análise da carta sinótica em Superfície. Modificada de: MASTER

A análise em superfície mostra a posição da ASPS e da ASAS conforme observado em 850hPa. A ZCIT se encontra bem definida entre 5°N e 10°N no Pacifico enquanto que no Atlântico o encontro dos ventos Alísios se da um pouco mais ao sul. A frente fria que se encontrava no extremo sul da América do Sul agora avança Chile adentro. O sistema frontal entre 20°W – e 10°W permanece quase estático em relação a ontem.

Figura 7: Precipitação acumulada nas últimas 24 horas. Fonte: Ogimet.

A imagem de precipitação acumulada nas últimas 24hs mostra que a maior ocorrência de chuva foi na região costeira do NE do Brasil, associada com a advecção de umidade que pode ser observada na imagem anexa. O Norte do Brasil também apresentam pontos mais isolados de precipitação.

Anexo

Figura 8: Vorticidade (contorno) e Divergência de umidade em 1000hPa. Fonte: Master-IAG.

Referencias

Figura 7 - http://www.ogimet.com/cgi-bin/gsynop?zona=amersurc&base=bluem&proy=orto&ano=2015&mes=06&day=26&hora=00&vr4=R4&enviar=Ver