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sábado, 6 de junho de 2015

20150606

ANÁLISE SINÓTICA 
2015060600

Analisado por: Vannia Aliaga Nestares e Tayla Dias Silva

Figura 1 – Imagem do satélite GOES-13 no canal do vapor de água do dia 06/06/2015 as 00Z. A ZCIT, o JST, o JPN e o JPS estão representados nesta imagem nas cores verde, vermelho, laranja e amarelo, respectivamente. 
Fonte: CPTEC


Na imagem de satélite do vapor de água para o dia 06/06/2015 as 00Z (fig. 1), a ZCIT está definida de forma zonal entre 3-6°N sobre o Atlântico e, devido à influência do furacão Blanca, a configuração da nebulosidade está na orientação WNW-ESE situada entre 2-9°N sobre o Pacífico. É possível identificar o JST em torno de 28-36°S sobre o Pacífico e continente, curvando para norte sobre o Uruguai e o RS, e entre 22-26°S sobre o Atlântico. No Pacífico, o JPN está acoplado ao JST com um escoamento predominantemente zonal, curvando para sul sobre o continente, gerando difluencia com o JST, explicando assim a intensa nebulosidade sobre o centro de Argentina e no Atlântico nessa direção; e, sobre o Atlântico, o JPN está localizado entre 30-33°S. O JPS está ao sul do JPN com um aspecto ligeramente ondulado, acoplado ao JPN no Pacífico e no continente, e, no Atlântico, o JPS está localizado entre 48-55°S.


Figura 2 - Análise da carta sinótica de 250hPa. As linhas representam o JST (em vermelho), o JPN (em laranja) e o JPS (em amarelo). As linhas tracejadas em verde representam os cavados e as linhas dente-de-serra em roxo representam as cristas. Fonte: INPE/CPTEC


Na carta sinótica de 250hPa das 00Z do dia 06/06/2015 nota-se a existência de duas circulações anticiclônicas, sobre o Pacífico em torno de 12°S/102°W e sobre o Atlântico em torno de 7°S/15°W associados a predominância de um escoamento de oeste sobre as regiões norte e nordeste e parte do centro-oeste e sudeste do Brasil. Existe um cavado que se estende desde a parte leste da Bolívia até o norte do Paraná e oeste de SP passando sobre o MS e sul do MT, e também um cavado bem pronunciado ao sul do JPS no Pacífico; além de uma crista sobre o norte da Argentina e do Chile, a qual está gerando secura e por conseguinte, bom tempo durante o dia, mas diminuição extrema das temperaturas durante as noites no sul da serra do Peru, a serra da Bolívia, centro e norte do Chile e norte da Argentina. A descontinuidade do JPN e do JPS no Atlântico é marcada pela presença de um cavado.

Figura 3 - Análise da carta sinótica de 500hPa. As linhas representam o JPN (em laranja) e o JPS (em amarelo). As linhas tracejadas em verde representam os cavados e as linhas dente-de-serra em roxo representam as cristas. 
Fonte: INPE/CPTEC



Na carta sinótica de 500hPa das 00Z do dia 06/06/2015 nota-se a existência de três circulações anticiclônicas, sobre o Pacífico em torno de 20°S/80°W, assim como sobre os 8°S/115°W e sobre o Atlântico em torno de 12°S/25°W, além de duas circulações ciclônicas no Hemisfério Sul, uma com centro sobre o oeste de MT e outra com centro sobre no Hemisfério Norte com centro sobre 15°N/108°W que se estende até os níveis baixos configurando o furacão Blanca. Os JPN e JPS se extendem de forma acoplada sobre o Pacífico e sobre o continente entre os 30- 42°S. Observam-se também dois cavados de onda longa, um deles bem configurado sobre o sul do JPS e o outro estendido desde o sul de BA até 23°S/30°W, e dois cavados de onda curta, um deles sobre o Pacífico (entre as circulações anticiclônicas) e a outra estendida sobre o sul de Paraguai e RS, explicando os maiores acumulados de precipitação ocorridos ontem sobre o norte de Uruguai e sobre RS (fig 6). Também observa-se a profunda crista no Pacífico (ao sul do cavado) e outra crista sobre o norte de Argentina e Chile, a mesma que já foi descrita na análise em 250 hPa.

  


Figura 4 - Análise da carta sinótica de 850hPa. As linhas tracejadas em verde representam os cavados e as linhas dente-de-serra em roxo representam as cristas. As letras A representam as circulações anticiclônicas e as letras B, as ciclônicas. 
Fonte: INPE/CPTEC

Na carta sinótica de 850hPa das 00Z do dia 06/06/2015 nota-se a existência de três circulações anticiclônicas associadas às observadas no nível do 500 hPa, além de quatro circulações ciclônicas no Hemisfério Sul e uma no Hemisfério Norte associada ao furacão Blanca. Observam-se também dois cavados, no Pacífico e no Atlântico, assim como as cristas profundas no Pacífico, observada desde os níveis altos, aquela localizada mais ao norte (crista do ASPS) está associada a secura da atmosfera observada também desde os níveis altos.  


Figura 5 - Análise da carta sinótica em superfície. As linhas tracejadas em verde claro representam os cavados e as linhas dente-de-serra em roxo representam as cristas. As letras A representam as circulações anticiclônicas e as letras B, as ciclônicas. As linhas em verde escuro representam a ZCIT. 
Fonte: INPE/CPTEC


Na carta sinótica em superfície das 00Z do dia 06/06/2015 nota-se a presença da ASAS próximo ao continente, mas a ASPS se encontra longe deste devido a uma cadeia de baixas no Pacífico. Além disso, nota-se a existência de dois cavados invertidos embebidos na circulação da ASAS na região costeira associados à precipitação registrada no litoral da BA e RS. Além disso, a precipitação registrada em RS está associada também a presença de um cavado pequeno no continente. Observa-se também dois sistemas de frentes afetando o continente, um chegando desde o Pacífico e que as próximas horas será estacionario e outro passando de continente até o Atlântico, o qual gerou a precipitação no Uruguai (fig 6). A ZCIT apresenta-se com inclinação NW-SE no Pacífico devido ao efeito do furacão Blanca e quase zonal no Atlântico.



Figura 6 - Precipitação acumulada em 24 horas (desde 12:00Z de 05062015 até 12:00Z de 06062015). 
Fonte: OGIMET.


Na figura 6 observa-se maiores acumulados de precipitação nos estados de RS e BA (68 mm em BA, 51 mm em RS) que já foram explicados anteriormente, assim como em AM e PA devido ao aquecimento e umidade própia da região. Na Guiana Francesa (61 mm) a precipitação está associada à posição da ZCIT. É importante notar que não choveu na região sudeste, PR e SC devido a penetração do setor oeste da ASAS no continente e às cristas em médios e altos níveis que inibiram a convecção.



Figura 7 – Atividade do ciclone tropical Blanca no Pacífico Leste. 
Fonte: NOAA/NHC.

A figura 7 representa o furacão Blanca classificado na categoria 4 localizado em 17,7°N/109,4°W com pressão mínima de 943 hPa as 09:00 am.


Referências

Figura 1 - Imagem de satélite (modificado de):
<http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logic>

Figuras 2, 3, 4 e 5 - Cartas sinóticas de 250, 500, 850hPa e superfície, repectivamente (modificado de):
<http://tempo.cptec.inpe.br/analisesinotica/index2.php>

Figura 6 - Precipitação acumulada em 24h:
<http://www.ogimet.com/gsynop.phtml>

Figura 7 - Imagem do furacão Blanca (modificado de):
< http://www.nhc.noaa.gov/?epac>

Um comentário:

  1. Não podíamos fazer os cortes verticales nem os análises com o GFS porque não conseguimos entrar ao aulamaster.

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