Dante Campagnoli Napolitano
A imagem de satélite (Fig.1) mostra a presença do jato subtropical (JST) e os ramos norte e sul do jato polar (JPN e JPS, respectivamente) identificados próximos aos maiores gradientes de nebulosidade com a ajuda da carta sinótica a 250 Hpa (Fig.2) e dos cortes verticais em 105ºW e 10ºW (Fig.3). Pela banda de nebulosidade podemos identificar a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que ocupa basicamente a mesma faixa de latitude no Atlântico e no Pacífico, embora ganhe espessura no Pacífico Oeste. Isso poderá ser melhor analisado nas cartas de 1000Hpa (Fig.6) e no mapa de ventos e divergência de umidade em superfície (Fig.7).
Figura 1. Imagem de Satélite GOES-13 de vapor d'água das 00z de 27/06/2015. Linhas vermelhas: JST, Linhas laranjas: JPN; Linhas amarelas: JPS. Caixa hachurada verde: ZCIT |
Pela análise da carta sinótica em 250 Hpa podemos observar que o sistema cavado-crista-cavado ao sul de 20ºS presente da análise 20150626 continua presente, embora tenha se deslocado um pouco para leste. Nesta carta é possível observar com mais clareza a acoplamento dos jatos JST e JPN próximo a 105ºW e 10ºW. Embora não seja muito intenso como o fluxo entre 55-60ºS, o corte vertical (Fig. 3) sugere que o JPN está acoplado em parte ao JST e parte ao JPS em 105ºW. Esse padrão é possível pela curvatura apresentada pelo fluxo, migrando de latitude entre 120-90ºW.
Três centros de alta pressão (AP) podem ser observados próximos à linha do Equador, dois no Hemisfério Norte (como visto ontem) e um no Pacífico.
Figura 3. Corte vertical do modelo GFS das 00z de 27/06/2015 em 105ºW (esquerda) e 10ºW (direita). As elipses pretas indicam a presença de um ou mais jatos. |
Esta frente no Pacífico surge da interação da AP com a BP identificadas na carta de 850 Hpa. Se estes centros se mantiverem a frente deverá ser estacionária nos próximos dias.
Figura 7. Análise do modelo GFS das 00z de 27/06/2015 de divergência de umidade e vento em 1000Hpa. A caixa vermelha indica convergência de ventos. |
A Fig.7 ilustra a posição das frentes idenficadas pela divergência negativa de umidade e a convergência de ventos nas regiões analisadas. A caixa vermelha indica uma região onde a convergência dos ventos úmidos do Atlântico Sul gera convecção e convergência de umidade, o que resulta em precipitação no litoral de todo o Nordeste do Brasil e ES, como observado pelos dados de precipitação acumulada (Fig 8.)
Figura 8. Mapa de precipitação acumulada em 24h para o dia 27/06/2015 as 00z. |
Referências
Figura1. http://satelite.cptec.inpe.br/repositorio5/goes13/goes13_web/ams_vapor_alta/2015/06/S11232954_201506270000.jpg
Figura2. http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob (link 250Hpa)
Figura3. Gerada rotina corte_vertical_ana.gs (grads)
Figura4. http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob (link 500Hpa)
Figura5. http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob (link 850Hpa)
Figura6. http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob (link superfície)
Figura7. Gerada software gfsana (aulamaster)
Figura8. http://ogimet.com/cgi-bin/gsynop?zona=amersurc&base=bluem&proy=orto&ano=2015&mes=06&day=27&hora=00&vr4=R4&enviar=Ver
Rita, acho que a frente mais a oeste na Fig 6 pode ser estacionária, mas não sei como indicar isso ou se há um meio específico. Inventei e coloquei um pouco de semicírculo pra cada lado, ai equilibra e ela fica parada!
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