Análise sinótica das 00Z do dia 04/06/2015
Analisado por:
Dante Campagnoli
Rafael Pereira
Dante Campagnoli
Rafael Pereira
Figura 1. Imagem do satélite GOES-13 para
o vapor d'água das 00Z do dia 04 de junho de 2015. As linhas indicam a posição dos jatos (JST em vermelho, JPN em laranja JPS
em amarelo). A ZCIT está indicada em verde. Fonte: CPTEC
Na imagem do
vapor d’água para as 00Z do dia 04 de junho (Figura 1) observa-se a Zona de
Convergência Intertropical (ZCIT) localizada aproximadamente em 5° norte
inclinada na direção SO-NE, e com pouca nebulosidade. A banda de nebulosidade
associada a ZCIT sobre o Pacífico sofre forte influência do Furacão Blanca em
105°W e 13°N. É possível observar o JST em torno de 25°S à oeste do continente,
sobre o Pacífico e em torno de 20°S sobre o Atlântico. O ramo norte do Jato
Polar (JPN) está localizado entre 35°S e 40°S aproximadamente, cruzando o
continente sobre Chile e Argentina, e o ramo sul do Jato Polar (JPS) entre 40°S
e 45°S.
Figura 2. Carta sinótica em 250 hPa. Jatos identificados pelas cores: vermelha
(JST), laranja (JPN) e amarelo (JPS). Fonte: Master/IAG
Na análise da carta de 250hPa das 00Z do
dia 04 de Junho (Figura 2), o JST à oeste do continente se encontra acoplado ao
JPN, como pode ser observado no corte vertical em 110°W (Figura 3) pelo forte gradiente
de temperature em 35°S. Ao cruzar o continente os jatos é possível observar o
JST próximo à costa do Espírito Santo associado ao maior gradiente de vapor d’água
(Figura 1). O JPN pode ser identificado mais ao sul, em torno de 45°S e também
é indicado no corte vertical em 35°W (Figura 4). Os cavados indicados na
análise do dia anterior continuam presentes. A alta sobre o pacífico está
localizada em torno de 15°S e 100°W, e surge um centro de baixa pressão próximo
à 50°S e 105°W. A alta do Atlântico Norte está deslocada aproximadamente 10°
para leste.
Figura
3. Corte vertical em 110ºW da temperatura potencial (K) e
magnitude do vento às 00Z do dia 04 de Junho de 2015. Fonte: Master/IAG
Figura
4. Corte vertical em 35ºW da temperatura potencial (K) e
magnitude do vento às 00Z do dia 04 de Junho de 2015. Fonte: Master/IAG
Figura 5. Carta sinótica em 500 hPa. Alta e baixa pressão indicadas pelos círculos
vermelho e azul, respectivamente. Cavado indicado pela linha tracejada e Crista,
pela linha serrilhada. Fonte: Master/IAG.
Na análise da carta de 500hPa das 00Z do
dia 04 de Junho (Figura 5) é possível observar o acoplamento do JPN
e JPS, embora após cruzar o continente o acoplamento seja menos visível, como
está apresentado no corte vertical em 35°W (Figura 4). Existe um centro de
baixa pressão em torno de 47°S e 105°W. A alta do Pacífico está próxima ao
continente e localizada em torno de 23°S
e 85°W, e a alta a leste em 23°S e 10°W. O cavado identificado sobre SP na
análise do dia anterior deslocou-se sobre os estados do RJ, ES e MG. Neste
nível é possível notar a baixa pressão associada ao Furacão Blanca em 13°N e
105°W.
Figura 6. Carta sinótica em 850 hPa. Alta e baixa pressão indicadas pelos círculos
vermelho e azul, respectivamente. Cavado indicado pela linha tracejada e Crista,
pela linha serrilhada. Fonte: Master/IAG.
Na análise da carta de 500hPa das 00Z do
dia 04 de Junho (Figura 6) é possível observar a influência da ASAS atuando sobre boa parte das regiões sudeste,
centro-oeste e sul do Brasil, marcado pelo cavado na Figura 6. A alta do
Pacífico (ASPS) tem seu centro em torno de 25°S e 83°W. É possível observar
três centros de baixa pressão, um deles sobre o Pacífico Sul divide em dois
núcleos (44°S, 110°W e 47°S, 95°W), e outros dois centros sobre o Atlântico Sul
(53°S, 38°W e 55°S, 9°W), estes ciclones normalmente estão associado a sistemas
frontais frios, como é possível ver nos campos de vorticidade e divergência de
umidade (Figura 7).
Figura
7.
Campos de Vorticidade e Divergência de Umidade, gerados de GFS. Fonte:
Master/IAG
Figura 8. Carta sinótica de Superfície. Fonte: Master/IAG.
Na análise da carta de superfície das
00Z do dia 04 de Junho (Figura 8) observa-se uma frente fria no Pacífico Sul que
segue até um centro de 980hPa. No Atlântico Sul observa-se duas frentes frias
com centros de 984hPa e 988hPa respectivamente. A ASPS não está bem configurada
nas isóbaras mas é possível notar a circulação anticiclônica dos ventos. A ASAS
tem centro de 1028hPa e suas isóbaras de 1024hPa e 1020hPa se estedem para
dentro do continente. Ainda é visível o centro de baixa pressão associado ao
Furacão Blanca (13°N, 105°W).
Figura 9. Acumulado de precipitação em 24h. Fonte: ogimet.com
Na imagem de precipitação acumulada em
24 horas para o dia 04 de Junho (Figura 9) observa-se pouca ou nenhuma
precipitação em boa parte do Brasil, com exceção do litoral nordeste devido a
convergência de umidade (visíveis na Figura 7) associada ao ramo norte da ASAS
e ventos alísios, que transporter ar quente e úmido para a região. A
precipitação sobre o centro da região norte está associada a convecção local.
Referências:
(1) Imagem de satélite: http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logi
(1) Imagem de satélite: http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logi
(2) Modelo de Previsão Global - MASTER-IAG: http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob
(3) Produto Aulamaster - MASTER-IAG
(4) http://www.ogimet.com
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