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segunda-feira, 22 de junho de 2015

20150622

Análise sinótica do 22 de junho de 2015 - 00Z

Analisado por: Vannia Jaqueline Aliaga Nestares

Figura 1: Imagem de satélite GOES-13, canal de vapor d'água, 22062015 - 00Z. Linhas vermelhas representam o Jato Subtropical (JS); laranjas, o Jato Polar Norte (JPN); amarelas, o Jato Polar Sul (JPS); e verdes, a Zona de Convergência Inter Tropical (ZCIT). 

Na figura 1 nota-se a existência dos três jatos: JS, JPN e JPS. Estes jatos encontram-se de forma ondulatória, devido à deformação meridional que têm. Destaca-se a nebulosidade (principalmente de tipo cirrus) à esquerda do JST sobre o Pacífico e parte do continente, associada ao cavado em níveis altos e ao sistema de frentes no Pacífico. Além disso, nota-se a região de pouca nebulosidade sobre o Perú, Bolivia, sul de Brasil, Paraguai e norte de Uruguai, e novamente nebulosidade à esquerda do JST localizado sobre o continente e o Atlântico. Com respeito ao JPN nota-se a existência dupla deste sobre o Pacifico (ver anexo 1) e o acoplamento deste com o JPS no sul do continente (ver anexo 2). A ZCIT localiza-se com ondulação sobre ambos oceanos, no Pacífico mais ao sul que no Atlântico.
Figura 2: Carta sinótica em 250 hPa con análise de modelo GFS de 1° de resolução horizontal. Cavados (linhas pretas tracejadas) e cristas (linhas pretas onduladas). JS (vermelho), JPN (laranja) e JPS (amarelo). Circulação antihoraria (A) e horaria (B). 


Na figura 2 (análise em nível alto) observa-se com melhor detalhe a localização dos jatos. Sobre os 100°W observa-se uma bifurcação dos ventos, devido à existência de uma circulação horaria e a uma crista localizada desde 40°S até 60°S, permitindo a existência dupla do JPN, um deles acoplado ao JST e o outro, ao JPS. Al igual que na imagem de satélite observa-se um acoplamento dos três jatos sobre os 60°W (anexo 2) e a existência simultânea deles sobre o Atlântico. Observa-se também uma crista pronunciada sobre o continente associada a pouca nebulosidade nos países antes mencionados e um cavado muito pronunciado também sobre o centro do continente o qual está associado à nebulosidade à esquerda do JST. Próximo ao equador presentam-se dois sistemas com circulações antihorarias separadas por um sistema com circulação horária sobre o centro-norte do continente.
Figura 3: Carta sinótica em 500 hPa con análise de modelo GFS de 1° de resolução horizontal. Todos os símbolos igual que na figura 2.

No análise do nível médio, ainda observam-se os JPN e JPS com aspecto ondulado. Observa-se também a persistência da circulação antihoraria observada em nível alto, com centro sobre 15°S/65°W relacionada com a pouca nebulosidade no Perú, Bolivia, sul de Brasil, Paraguai e norte de Uruguai, e a existência das dois circulações antihorarias sobre o Atlântico próximo ao leste de Brasil e sobre o nordeste de Brasil, entre os quais localiza-se um cavado invertido na costa nordeste que possivelmente gerou a precipitação nessa região (anexo 3), assim como outro cavado com eixo sobre MT, GO, sul de MG, RJ e leste de SP, que pode ser associada com a precipitação em MG, ES e RJ (anexo 3). Outra característica principal nesta análise é a persistência da circulação ciclônica com núcleo em 30°S/95°W que também foi vista no nível alto. Desde os 35°S para o sul, localizam-se três ondas com comprimento de 30° aproximadamente.   
Figura 4: Carta sinótica em 850 hPa con análise de modelo GFS de 1° de resolução horizontal. Todos os símbolos igual que na figura 2.

No análise em nível de 850 hPa observa-se ainda a circulação horaria sobre o Pacífico, já vista em 250 e 500 hPa, assim como a formação de outra circulação horaria próxima à costa norte do Chile. Observam-se também duas circulações antihorarias sobre o Pacífico, uma com centro em 12°S/90°W e a outra, em 42°S/85°W. Sobre o Atlântico encontra-se claramente uma circulação antihoraria com centro em 35°S/28°W. Ao igual que em nível médio, desde os 35°S para o sul observa-se três ondas, mas agora o comprimento de onda é maior (50° aproximadamente). É importante destacar a persistência do cavado invertido na costa do nordeste do Brasil, relacionada com a precipitação nessa região (anexo 3).
Figura 5: Carta sinótica em superfície con análise de modelo GFS de 1° de resolução horizontal. Frentes fríos (azul), quentes (vermelho) e ocluidos (roxo). A ZCIT (verde). Altas (A), baixas (B).
Ao analisar a carta de superfície, nota-se ainda a baixa sobre o Pacífico que tem movimentos ascendentes ao norte e sul dela (anexo 7), com núcleo em 25°S/100°W, que foi localizada em todos os níveis da troposfera, e que se encontra associada a um frente em superfície*. Este sistema pode ser confundido com um Vortice Ciclónico de Níveis Altos (VCAN), mas não é, devido a que com uma análise temporal verificou-se que a circulação foi formada primeiramente nos níveis baixos e depois nos níveis altos (anexo 4). O Anticiclone Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) vem convertendo-se em uma alta transiente, pois está ingressando para o continente, e o Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) tem dois núcleos, devido à existência de um frente frio que vai desde os 35°S/30°W até os 60°S/40°W. Desde 35°S para o sul observa-se quatro sistemas de frentes relacionados a três baixas. Nota-se também o cavado invertido próximo à costa nordeste do Brasil. Observa-se a ZCIT mais ao sul no Pacífico que no Atlântico.

*Para identificar os frentes em superfície se utilizou cálculos de ômega (velocidade vertical) e de divergência de umidade e vorticidade em 1000 hPa (anexo 5 e 6).

Anexos:
Anexo 1: Corte de temperatura potencial e velocidade do vento em 90°W. Análise do GFS do 22062015-00Z.
Anexo 2: Corte de temperatura potencial e velocidade do vento em 60°W. Análise do GFS do 22062015-00Z.

Anexo 3: Precipitação aumulada em 24 horas. 22062015-12Z.

Anexo 4: Pressão em superfície e altura geopotencial em 200hPa sobre a baixa localizada no Pacífico, próxima à costa norte de Chile, para o dia 19062015-18Z (dia en que foi formada a baixa em superfície). Observa-se formação inicial da baixa em superfície e depois a formação em níveis altos.
Anexo 5: Divergência de umidade e vorticidade relativa em 1000hPa. 22062015-00Z.

Anexo 6: Pressão superfícial e omega em 850hPa sobre a baixa localizada no Pacífico, frente à costa norte de Chile.
Anexo 7: Vetor Q (setas) e linhas de corrente em 1000 hPa. Confluencia do vetor Q representa movimentos ascendentes.

Referências:

1. Figura 1: Modificado de http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logic?i=es.
2. Figuras 2, 3, 4 e 5: Modificadas de http://masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&pos=1
&prod=previsao_glob.
3. Anexos 1, 2, 4, 5 e 6: Obtidas com acesso privado de aulamaster.iag.usp.br.
4. Anexo 3: Obtida de http://www.ogimet.com/gsynop.phtml.
     

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