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sábado, 13 de junho de 2015

20150613

Analisado por:
Fernanda Marcello de Oliveira

Análise Sinótica das 00Z de 13/06/2015

Figura 1 - Imagem de satélite GOES-13 do canal de vapor d'água das 00Z do dia 13 de junho de 2015.  Identificados estão: o ramo norte do Jato Polar (JPN – linha alaranjada), ramo sul do Jato Polar (JPS – linha amarela), Jato Subtropical (JST – linha vermelha) e Zona de Convergência Intertropical (ZCIT – indicada em verde).


      Na Figura 1 (imagem de satélite do canal de vapor d'água) a ZCIT se estende de ~4ºN a 15ºN no Oceano Pacífico, com orientação NW-SE; no Atlântico encontra-se posicionada mais abaixo, de ~2ºN a 10ºN, com orientação NE-SW. A linha de instabilidade identificada na análise de 12/06 a essa altura já se dissipou ao passar pela Amazônia (verificado pela animação da Temperatura realçada - Figura 2).
      À oeste do continente, as assinaturas dos três jatos são dispersas, de modo que encontram-se bem afastados. Caminhando para leste, convergem para uma banda latitudinal mais estreita, sendo que entre ~60º-40ºW, os três jatos encontram-se acoplados. A assinatura do JST e JPN é zonalmente mais contínua, enquanto a presença do JPS é verificada em dois intervalos, na porção sudoeste do domínio e partindo da extremidade da costa da Argentina, Atlântico adentro. A localização aproximada dos jatos pode ser verificada pela animação no canal de vapor d’água (Figura 3), além dos cortes verticais que associam sua assinatura dada pela altura geopotencial na carta de 250 hPa, com a referente à temperatura potencial e intensidade dos ventos, retratada no perfil vertical.


Figura 2 - Animação de imagens do satélite GOES-13 (Temperatura Realçada) das 00Z às 11:30Z do dia 13 de junho de 2015.


Figura 3 - Animação de imagens do satélite GOES-13 (vapor d'água) das 00Z às 11:30Z do dia 13 de junho de 2015.



Figura 4 - Análise do GFS-250 hPa. O JPN está indicado em alaranjado, JPS em amarelo e JST em vermelho. Linhas pretas tracejadas representam cavados. Centros de alta pressão (A) [baixa pressão (B)] estão indicados em vermelho [azul].


Figura 5 - Corte vertical da temperatura potencial (K) e magnitude do vento às 00Z do dia 13/06/2015, nas longitudes de 45ºW (a) e 20ºW (b). Fonte: Master.


        Em 250 hPa (Figura 4),  há a presença dois centros de alta pressão (AP), um no Pacífico centrado em 15ºS,  80ºW e outro no Atlântico centrado em ~17ºS, 15ºW. Dois centros de baixa pressão (BP) localizam-se em 25ºS, 110ºW e ~7ºS, 30ºW.
         Os três jatos distribuem-se aproximadamente de acordo com a imagem de satélite (Figura 1).
         No corte vertical em 20ºW de longitude (Figura 5-b) um núcleo concentrado de maior velocidade do vento é bem distinguível centrado em 35-40ºS, o qual, de acordo com a Figura 4 (carta de 250 hPa) representa os núcleos do JST e JPN acoplados nesta longitude. No corte vertical de 45ºW (Figura 5-a), um núcleo de maior velocidade do vento e com temperatura potencial concentrada nos valores de 330-350K, centrado em 30º-35ºS, corrobora a presença dos Jatos Subtropical e ramo norte do Polar, de acordo com a carta de 250 hPa (Figura 4). O outro núcleo mais a sul, centrado em 40º-45ºS, denota  a presença do ramo sul do Jato Polar, o qual também se confere na carta de 250 hPa.


Figura 6 - Análise do GFS-500 hPa. O JPN está indicado em alaranjado, JPS em amarelo e JST em vermelho. Linhas pretas tracejadas representam cavados. Centros de alta pressão (A) [baixa pressão (B)] estão indicados em vermelho [azul].


        Na carta de 500 hPa, observa-se que o centro de AP que localizava-se no Atlântico na faixa de 5º-10ºS, agora encontra-se deslocado para baixo, em torno de 20º-25ºS, 15ºW. A AP que estava na borda da costa oeste do continente apresentou um modesto deslocamento em direção ao oceano Pacífico, estando centrada em ~10º-15ºS, 80ºW. A BP no Pacífico que estava em 20º-25ºS, 110ºW se mantém. Os sinais dos jatos são mais fracos, porém ainda visíveis.



                            Figura 7 - Análise do GFS-850 hPa. Linhas pretas tracejadas representam cavados. Centros de alta pressão (A)                                                                                  [baixa pressão (B)] estão indicados em vermelho [azul].



        Na carta de 850 hPa (Figura 7) o sinal da ASPS está centrado em 35ºS, 105ºW e da ASAS em 25ºS, 10ºW. O centro de AP que estava no centro da Argentina, migrou para nordeste; este anticiclone está relacionado à alta pós-frontal que permanece em superfície. Há a presença de três centros de BP, dois deles visivelmente associados à ciclones em superfície (em 55ºS, 50ºW e 45ºS, 25ºW). No Hemisfério Norte, a AP centrada em 5ºS, 95ºW permanece.



                                   Figura 8 - Análise do GFS-1000 hPa. Centros de alta pressão (A) [baixa pressão (B)] estão indicados em vermelho [azul]. Assim como frentes frias (em azul), frentes quentes (em vermelho) e frentes estacionárias (em roxo).


        Na carta sinótica de superfície (PRNMM - Figura 8), a ZCIT mostra-se bem definida tanto no Pacífico quanto no Atlântico (localizada mais abaixo). Sua posição pode ser melhor inferida pelos mapas de divergência de umidade, vorticidade e ventos, na Figura 10. A ASPS centra-se em 40ºS, 115ºW; enquanto a ASAS continua em 25ºS, 8ºW. Observa-se uma frente estacionária entre a fronteira Paraguai/Argentina, Paraná e sul de São Paulo (também visível nos mapas de divergência de umidade, vorticidade e ventos da Figura 10). O anticiclone associado à esta frente centra-se em 27ºS, 50ºW. Um centro de baixa representando um ciclone extratropical em estágio de onda frontal se encontra centrado em ~43ºS, 25ºW. Outro centro de BP com frente oclusa localiza-se em 55ºS, 50ºW.




                                 Figura 9 -  Precipitação acumulada das 06Z do dia 12/06/2015 às 06Z do dia 13/06/2015. Fonte: OGIMET



        Pela análise da precipitação acumulada em 24h (Figura 9), ainda se pode ver a precipitação no litoral da Bahia associada ao centro de BP e na região sul do Brasil alcançando o Paraguai associado à convergência ocasionada pelo sistema frontal. A precipitação na porção sudeste da Amazônia pode estar ainda relacionada ao deslocamento da Linha de Instabilidade.
       
          Figura 10 - Mapas de divergência de umidade e ventos em 1000 hPa (painel esquerdo) e divergência de umidade e e vorticidade em 1000 hPa (painel direito).



Referências: 
  1. Imagens de satélite: http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logic
  2. Cartas sinóticas de 250, 500, 850hPa e superfície: http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob
  3. Precipitação acumulada 24 h: http://www.ogimet.com/cgi-bin/gsynop?zona=amersurc&base=bluem&proy=orto&ano=2015&mes=06&day=13&hora=12&vr4=R4&enviar=Ver
  4. Campos gerados: Análise do GFS - MASTER



Um comentário:

  1. Rita, assim como o Dante, também não consegui plotar o vetor Q! Tentei várias vezes, consigo abrir e editá-lo, mas na hora de abrir o mapa no GrADS, dá "No hardcopy metafile open"...

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