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terça-feira, 2 de junho de 2015

20150602

Analisado por:
Fernanda Marcello de Oliveira
Igor Stivanelli Custódio

Análise sinótica das 00Z do dia 02/06/2015

Figura 1. Imagem de satélite GOES-13 de vapor d'água das 00Z do dia 02 de junho de 2015.  As linhas laranja indica o JPN, amarela o JPS e vermelha o JST. A ZCIT está indicada em verde.


     A Figura 1 mostra a ZCIT bem definida tanto no Oceano Atlântico quanto no Pacífico entre 5 e 15N, sendo que no oceano Atlântico ela possui orientação NE-SW, e no Pacífico, NW-SE. Os três jatos se acoplam a leste e a oeste da América do Sul, sendo que o JST cruza a região central da América do Sul. Este fato está relacionado à precipitação observada no MS, que será discutido na análise da Figura 6. Além disso, há um núcleo do JPS entre 50º-55ºS, 60º-20ºW. Na Figura 7, corte vertical de temperatura potencial e intensidade do vento, nota-se apenas um núcleo em que temperatura potencial varia de 320ºK a 360ºK, o que dificulta a distinção dos três ramos dos jatos. Sendo assim, a identificação dos jatos foi feita com base nas alturas geopotenciais.

Figura 2. Análise do GFS-250 hPa. As linhas laranja indica o JPN, amarela o JPS e vermelha o JST, linhas pretas tracejadas os cavados.

     Na carta de 250 hPa (Figura 2), nota-se a presença de três regiões de alta pressão (AP), uma localizada na região central do Brasil, uma sobre o Pacífico (7,5ºS, 100ºW) e outra centrada em 10ºN, 40ºW. Esta figura corrobora a posição dos jatos identificada na imagem de satélite.

Figura 3. Análise do GFS-500 hPa. Linhas laranja indica o JPN e amarela JPS, linhas pretas tracejadas os cavados e círculos vermelhos os centros de alta pressão.

     A 500 hPa (Figura 3), a alta que se localizava na região central do Brasil se mantém, levemente deslocada para oeste. Nesta carta, identificam-se ainda sinais da ASAS e ASPS. Há ainda uma alta centrada em 7,5ºS, 115ºW. Ao sul da alta localizada na região oeste da América do Sul encontra-se um cavado (marcado como 1), o qual favorecerá a convecção em superfície na sua região leste. Além disso há outro cavado a leste da América do Sul (2), o qual dá suporte para a formação da frente fria em superfície (Figura 5), que ainda não tinha se formado na análise anterior. O cavado (3) também dá suporte à baixa localizada em superfície. Além disso, o JPN e o JPS continuam bem representados nas mesmas faixas vistas anteriormente.


Figura 4Análise do GFS-850 hPa. Linhas pretas tracejadas indicam os cavados,os círculos vermelhos (azul) os centros de alta (baixa) pressão.

     Na carta de 850 hPa (Figura 4), visualiza-se uma região de alta pressão sobre o continente, dividida em dois centros de AP (17,5ºS, 55ºW e 27,5ºS, 55ºW), sendo que o primeiro fornece um aporte de umidade para a região do Paraguai e sul de MS. A ASAS e ASPS se mantêm nas mesmas localizações. Além disso, há o sinal de duas baixas pressões (47,5ºS, 92ºW e 47,5ºS, 65ºW) relacionadas ao ciclone de superfície juntamente ao cavado associado à frente fria.


Figura 5Análise do GFS-1000 hPa para o dia 02 de junho de 2015 às 00Z.

     Na carta sinótica de superfície (PRNMM - Figura 5), a ZCIT mostra-se bem definida tanto no Atlântico quanto no Pacífico (~5º-15ºN). A ASPS centra-se em 27,5ºS, 85ºW; enquanto a ASAS está em 30ºS, 8ºW. Em relação ao dia anterior, já não se nota a frente fria que se localizava no Atlântico. Também é possível observar a presença de uma alta transiente pós-frontal localizada em 27,5ºS, 48ºW, relacionada à passagem da frente fria do dia anterior. Além disso, a configuração desta alta com ASAS propicia a convergência dos ventos, que associada à região leste do cavado em 500 hPa, favorece a frontogênese (frente fria observada). Outras duas regiões de frentes também são observadas em 47ºS, 90ºW e 48ºS, 65ºW. No litoral da Bahia, o cavado observado ultimamente persiste, o qual está associado à precipitação na região, que pode ser observada na Figura 6.

Figura 6.  Precipitação acumulada das 12Z do dia 01/06/2015 às 12Z do dia 02/06/2015. Fonte: OGIMET

     De acordo com a análise desta figura, destacam-se quatro regiões de maior precipitação. Conforme mencionado anteriormente, pode-se ver a precipitação no litoral da Bahia, associada ao cavado. No litoral sudeste, a precipitação está associada à convergência na região da frente fria localizada no Atlântico. Na região da Amazônia, a precipitação é observada devido à umidade e convecção local. Já na região do MS a precipitação observada está ligada à três principais fatores: a) a entrada do JST, o qual favorece a divergência em altos níveis em seu lado equatorial, o que acarreta em convergência em baixos níveis; b) a presença do cavado em 500 hPa, o que também favorece a convergência em baixos níveis na sua região leste; e c) o aporte de umidade advindo da Amazônia devido à alta em 850 hPa localizada no centro-oeste do Brasil.

Anexo:

Figura 7. Corte vertical em 110ºW da temperatura potencial (K) e magnitude do vento às 00Z do dia 20150602. Fonte: Master.


Figura 8. Divergência de umidade em superfície para às 00Z do dia 20150602. Fonte: Master.


Referências: 
  1. Imagens de satélite: http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logic
  2. Cartas sinóticas de 250, 500, 850hPa e superfície: http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob
  3. Precipitação acumulada 24 h: http://www.ogimet.com/cgi-bin/gsynop?zona=amersurc&base=complex&proy=orto&ano=2015&mes=06&day=02&hora=12&vr4=R4&enviar=Ver

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