Analisado por:
Igor Stivanelli Custódio
Análise sinótica das
00Z do dia 12/06/2015
Figura 1. Imagem de satélite GOES-13 de vapor d'água das 00Z do dia 12 de junho de 2015. As linhas laranja indica o JPN, amarela o JPS e vermelha o JST. A ZCIT está indicada em verde e a LI de laranja.
A
Figura 1 mostra a ZCIT bem definida tanto no Oceano Atlântico quanto no
Pacífico entre 5 e 15N, sendo que no oceano Atlântico ela possui orientação
NE-SW, e no Pacífico, NW-SE. A imagem de satélite também mostra a presença de
uma Linha de Instabilidade (LI), a qual está relacionada com a precipitação na
região Norte e parte do Norte do Nordeste do Brasil, a LI pode ser melhor
identificada através da animação da imagem de satélite com a temperatura
realçada (Figura 2), a qual verifica-se o deslocamento da LI para o interior da Amazônia. Os três jatos se acoplam a leste da América do Sul, sendo
que o JST e o JPN apresentam uma configuração mais zonal, mais abaixo, nota-se
a presença do JPS. Para melhor identificar os Jatos, foram feitos dois cortes
verticais, um na longitude de 80W (Figura 8a) e o outro em 30W (Figura 8b). No
primeiro corte vertical, verifica-se três núcleos principais de maiores
intensidades do vento, os quais possuem temperatura potencial que variam entre
315 – 325K (JPS) e 340 – 350K (JST). Já no segundo corte vertical, não se
consegue fazer a distinção entre os três jatos somente através da temperatura
potencial.
Figura 2. Animação de imagens do satélite GOES-13 Temperatura Realçada das 00Z às 15Z do dia 12 de junho de 2015.
Figura 3. Análise do GFS-250 hPa. As linhas laranja indica o JPN, amarela o JPS e vermelha o JST, linhas pretas tracejadas os cavados.
Na carta de 250 hPa (Figura 3),
nota-se a presença de duas regiões de alta pressão (AP), uma localizada sobre o
Oceano Pacífico (12ºS, 85ºW) e outra centrada em 17,5ºS, 25ºW. Também se nota a
presença de uma região de Baixa Pressão (BP) no centro da América do Sul. Esta
figura corrobora a posição dos jatos identificada na imagem de satélite.
Figura 4. Análise do GFS-500 hPa. Linhas laranja indica o JPN e amarela JPS, linhas pretas tracejadas os cavados e círculos vermelhos os centros de alta pressão.
Em 500 hPa (Figura 4),
o sinal da BP que se localizava na região central do Brasil é menor; também se
verifica uma outra BP localizada em 30ºS, 110ºW. Além disso, ainda há três regiões
de AP, a alta pressão que se localizava sobre o Oceano Pacifico se mantém, mas
levemente deslocada para leste; já o centro de AP que estava sobre o Oceano Atlântico
divide-se em dois, um localizado em 20ºS, 50ºW e o outro em 7,5ºS, 15W. Além
disso, o JPN e o JPS continuam bem representados nas mesmas faixas vistas
anteriormente.
Figura 5. Análise do GFS-850 hPa. Linhas pretas tracejadas indicam os cavados,os círculos vermelhos (azul) os centros de alta (baixa) pressão.
Na carta de 850 hPa
(Figura 5), visualiza-se o sinal da ASAS e ASPS (22,5ºS, 5ºW e 37,5ºS, 110ºW,
respectivamente), além disso, nota-se uma AP sobre a região central da
Argentina relacionada alta pós-frontal em superfície. Ainda nesta carta, há três
centros de BP relacionados a ciclones em superfície, localizados em 57,5ºS e
68ºW, 52,5ºS e 15ºW e 43ºS e 15ºW. Já no Hemisfério Norte há uma AP centrada em
5ºN, 95ºW e uma BP localizada em 2,5ºN, 80ºW.
Figura 6. Análise do GFS-1000 hPa para o dia 12 de junho de 2015 às 00Z.
Na
carta sinótica de superfície (PRNMM - Figura 6), a ZCIT mostra-se bem definida
tanto no Atlântico quanto no Pacífico (~5º-15ºN). A ASPS centra-se em 40ºS, 108ºW;
enquanto a ASAS está em 25ºS, 8ºW. Com relação ao dia anterior, o ciclone,
relacionado a frente fria no sul da Argentina, encontra-se em estágio de
oclusão. O ciclone que se localizava no Oceano Atlântico dividiu em dois
centros de BP, um já em oclusão (55ºS, 15ºW) e o outro (45ºS, 15ºW) associado
ainda a frente quente e fria, colaborando para a nebulosidade verificada na
imagem de satélite. Além disso, a Frente Fria, sobre o continente, desloca-se
para a região norte do PR e sul de SP. Outra região de frente é observada sobre
o Oceano Atlântico, associada a uma depressão em superfície localizada em 45ºS, 45ºW. Nesta carta,
ainda se nota a presença da AP pós-frontal, identificada na carta de 850 hPa,
em 33ºS, 60ºW. No litoral da Bahia, o cavado observado ultimamente persiste, o
qual está associado à precipitação na região, que pode ser observada na Figura 7.
Para uma melhor identificação das frentes e da ZCIT, utilizou-se os campos de divergência
de umidade e vento (em superfície e 250 hPa), encontrados nas Figuras 9a e 9b.
Figura 7. Precipitação acumulada das 12Z do dia 11/06/2015 às 12Z do dia 12/06/2015. Fonte: OGIMET
Pela análise da
precipitação acumulada em 24h (Figura 7), destacam-se três regiões de maior
precipitação. Conforme mencionado anteriormente, pode-se ver a precipitação no
litoral da Bahia, associada ao cavado. Sobre a região Sul do Brasil e Paraguai,
a precipitação está associada à convergência na região da frente fria
localizada no Atlântico. Já a precipitação registrada no norte da região Norte
e Nordeste do Brasil, está relacionada a convecção ocasionada pela Linha de
Instabilidade (Vide Figura 2 e Figura 10).
Anexo:
Figura 8. Corte vertical da temperatura potencial (K) e magnitude do vento às 00Z do dia 20150612, corte feito na longitude de 80W (painel esquerdo) e 30W (painel direito). Fonte: Master.
Figura 9. Divergência de umidade em superfície às 00Z do dia 20150612, com: linhas de corrente em 250 hPa(painel esquerdo) e vento em superfície (painel direito). Fonte: Master.
Figura 10. Imagem do satélite GOES-13 de Temperatura Realçada às 00Z do dia 12 de junho de 2015. Em vermelho, a localização da Linha de Instabilidade no horário das cartas sinóticas acima.
Referências:
- Imagens de satélite: http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logic
- Cartas sinóticas de 250, 500, 850hPa e superfície: http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob
- Precipitação acumulada 24 h: http://www.ogimet.com/cgi-bin/gsynop?zona=amersurc&base=complex&proy=orto&ano=2015&mes=06&day=12&hora=12&vr4=R4&enviar=Ve
- Campos gerados: Análise do GFS - MASTER
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