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sábado, 20 de junho de 2015

20150620

Análise sinótica das 00Z do dia 20/06/2015

Elaborado por: Ricardo Batista Vilela

Figura 1: Imagem do satélite GOES-13 para o vapor d'água das 00Z do dia 20 de junho de 2015.  As linhas indicam a posição dos jatos (JST em vermelho, JPN em laranja JPS em amarelo). A ZCIT está indicada em laranja na região equatorial. Fonte: CPTEC.

A imagem de satélite no canal do vapor d'água mostra em latitudes mais altas alguns vórtices ciclônicos nos oceanos. Também pode-se observar um transporte de vapor d'água em altos níveis da região amazônica para o oceano com orientação para sudeste. Na região equatorial nota-se intensa atividade convectiva devido a zona de convergência intertropical (ZCIT) em ambos os oceanos. Os jatos de altos níveis se encontram bastante separados sobre o oceano pacífico, porém no atlântico eles convergem para uma estreita região.



Figura 2: Carta sinótica no nível de 250 hPa. Os círculos com "X" indicam a longitude de onde foi feito o corte vertical. Fonte: CPTEC

A carta sinótica de altos níveis apresentada pela figura 2 mostra os núcleos de máxima intensidade do vento, e o posicionamento das correntes de jato. As circulações de alta pressão referentes a Alta Subtropical do Atlântico Sul e do Pacifico sul (ASAS e ASPS) estão bem configuradas em aproximadamente 5o S. Existe, na região central sul do Oceano Atlântico, um cavado intenso inclinado para oeste.

                                                  (A)                                                                         (B)
Figura 3: Cortes verticais dos jatos de altos níveis em 20W (A) e 90W (B). 

Os cortes verticais mostrados na figura 3 auxiliam a encontrar o correto posicionamento dos jatos em altos níveis. A figura 3 (B) mostra claramente os três núcleos separadamente, enquanto na figura 3 (A) o JST e o JPN se encontram em um mesmo núcleo de intensidade e o JPS está posicionado em um núcleo separado. 


Figura 4: Carta sinótica do nível de 500 hPa. Fonte: CPTEC

Na carta de níveis médios ainda é possível identificar núcleos de alguns jatos de altos níveis, com destaque para o JPN, que é bastante intenso e profundo, no oceano Atlântico. Na região central do oceano Pacífico persiste um cavado de grande amplitude que vem se deslocando para leste.
Figura 5: Carta sinótica no nível de 850 hPa. Fonte: CPTEC

No nível de 850 hPa, ainda acima da camada limite planetária, é possível observar principalmente uma intensa confluência do escoamento na região a sul da bacia do Prata induzida por uma circulação ciclônica a sul dessa região, e uma circulação anticiclônica a norte. Na figura 1 é possível ver que essa é uma região de bastante nebulosidade.


Figura 6: Carta sinótica de superfície. Fonte: CPTEC

A carta sinótica de superfície das 00Z do dia 20/06/2015 mostra que, nesse instante, estão atuando no domínio da imagem cinco sistemas frontais. No oceano Atlântico existem três no qual destaca-se o que ainda se posiciona sobre o continente na altura do estado do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Uma região de alta pressão (alta pós frontal) está bem configurada na retaguarda desse sistema frontal inibindo a convecção e consequentemente a chuva. Na figura 1 a região escura sobre os estados de São Paulo e Paraná mostram essa condição de baixa umidade. No extremo sul da América do Sul atuam uma frente fria e um cavado que estão associados também à confluência do escoamento observada em 850 hPa e portanto produzem uma região de instabilidade. A ASAS está posicionada fora do domínio da imagem. A ASPS se localiza com centro bem alongado zonalmente na latitude de aproximadamente 40S. A ZCIT em ambos os oceanos se localiza entre 5 e 7oN.

Figura 7: Mapa de precipitação acumulada nas últimas 24 horas (entre 12Z de 19/06 e 12Z de 20/06). Fonte: OGIMET


A figura 7 mostra a distribuição da precipitação acumulada no Brasil entre 12Z do dia 19/06/15 e 12Z do dia 20/06/15. Nessa imagem destaca-se altos valores de precipitação na região Sudeste com máximos próximos ao litoral de SP, RJ, ES. A causa disso foi a passagem de um sistema frontal (figura 6) nessa região. Os valores altos de precipitação acumulada no nordeste provavelmente não estão relacionados a sistemas sinóticos, mas sim por fatores termodinâmicos ou de meso-escala.



Referências:

(1) Imagem de satélite: http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logi

(2) Cartas Sinóticas - CPTEC/INPE:  http://img0.cptec.inpe.br/~rgptimg/Produtos-Pagina/Carta-Sinotica/Analise/impressao/

(3) http://www.ogimet.com

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