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terça-feira, 28 de junho de 2016

20160628 00Z

Por: Dayana Yordy Sánchez

Revisado: Luis Mendes


A Figura 1 mostra a ZCIT bem definida que oscila em torno de 06°N/14°N no Oceano Pacífico e em torno de 04°N/09°N no Oceano Atlântico, sendo que no oceano Atlântico ela possui orientação NE-SW, e no Pacífico, NW-SE. A imagem de satélite também mostra a presença de uma Área de Instabilidade (AI), a qual está relacionada com a precipitação na região Norte e Nordeste do Brasil, a AI pode ser melhor identificada através da animação da imagem de satélite com a temperatura realçada (Figura 2), a qual verifica-se o deslocamento da AI para o interior da Amazônia. O JST apresenta uma configuração mais zonal, mais abaixo, nota-se a presença do JPN e JPS. Na Figura 3, podemos comprovar a intensidade e as posições dos Jatos.

Figura 1. Imagem de satélite GOES-13 de vapor d'água das 00Z do dia 28 de junho de 2016. As linhas laranja indica o JPN, violeta o JPS e vermelha o JST. A ZCIT e a AI estão indicadas em laranja.

Figura 2. Animação de imagens do satélite GOES-13 Temperatura Realçada das 00Z às 03:30Z do dia 12 de junho de 2016.

Figura 3. Intensidade e direção do vento.


Na análise da carta sinótica no nível de 250 hPa (Figura 4) observa-se o Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) centrado sobre 33°S/65°W, contornado pelo Jato Subtropical (JST) e pelo ramo norte do Jato Polar (JPN), indicando ainda ar frio associado ao sistema. A leste, já no Atlântico, se observa uma circulação ciclônica, contornado pelo JPN. Observa-se uma crista que se estende do centro anticiclônico, que se localiza sobre 3°S/48°W aproximadamente, até a faixa central do continente. Observa–se a presença do cavado sobre o Pacífico, estendendo-se entre 5°S e 30°S. Os ramos norte (JPN) e sul (JPS) do jato Polar cruzam o extremo sul do continente acoplados.

Figura 4. Análise do GFS-250 hPa. Os círculos vermelhos indicam os centros de alta pressão e os azuis os centros de baixa pressão

Em 500 hPa (Figura 5) observa-se um ampla área com circulação anticiclônica com centro localizado sobre 17°S/45°W que domina grande parte do Centro-Oeste, do Sudeste e parte do Nordeste do Brasil e a faixa sul da Região Amazônica. Sobre o norte da Argentina se observa o reflexo do VCAN, neste nível centrado em torno de 34°S/64°W. A leste deste sistema (em torno de 36°S/40°W) se observa também o reflexo da circulação ciclônica do sistema de baixa pressão em superfície. Além disso, observa-se dois centros de altas pressões sobre o Pacífico, um localiza-se sobre 10°S/114°W e outro em os 18°S/105°W. 

  Figura 5. Análise do GFS-500 hPa. Os círculos vermelhos indicam os centros de alta pressão e os azuis os centros de baixa pressão.

Na carta de 850 hPa (Figura 6) observa-se ventos intensos do SE sobre grande parte da Região Nordeste do Brasil, o que favorece a nebulosidade, observada na imagem de satélite, que provoca chuva. Parte deste escoamento, que está associado à circulação do anticiclone no Atlântico, com centro sobre 33°S/26°W , segue em direção a Região Norte do Brasil com um enfraquecimento dos ventos. Se observa também o reflexo da circulação ciclônica do sistema de baixa pressão em superfície com centro localizado em 37°S/42°W. Além disso há dois centros de baixa pressão, um localiza-se sobre o Oceano Atlântico com centro sobre 10°S/3°W, e o outro no Oceano Pacífico sobre 17°S/80°W. Observa-se também o reflexo do Anticiclone Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) com centro sobre 30°S/88°W.

Figura 6. Análise do GFS-850 hPa. Os círculos vermelhos (azuis) indicam os centros de alta (baixa) pressão.

Na análise da carta sinótica de superfície nota-se um sistema frontal ocluso sobre o noroeste da Argentina, cujo ramo frio estende-se entre o sul da Bolívia e o Uruguai até os 20°S aproximadamente. Este sistema em conjunto com o vórtice ciclônico comentado nos níveis superiores, auxiliou no alinhamento da nebulosidade entre a Bolívia, Uruguai e o norte da Argentina. Sobre o Atlântico se observa o Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) com centro sobre 36°S/25°W que influencia grande parte da faixa litorânea desde o Nordeste até o Sul do Brasil. Nota-se uma baixa pressão com valor de 1028 hPa, centrado em torno de 37°S/41°W. Observa-se um centro de alta pressão associada à própria circulação do ASAS localizado sobre 44°S/48°W. A Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) encontra-se com o centro de 1020 hPa em torno de 30°S/88°W. Nota-se sistemas frontais conectados ao sul de 50°S e oeste de 30°W no Oceano Atlântico. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) oscila em torno de 06°N/14°N no Oceano Pacífico e em torno de 04°N/09°N no Oceano Atlântico.

Figura 7. Análise do GFS-1000 hPa para o dia 28 de junho de 2016 às 00Z.

Na figura abaixo de precipitação acumulada em 24h (Figura 8), notam-se maiores acumulados sobre as regiões NW do Brasil, em grande parte da faixa litorânea Brasileira (desde o Nordeste até o Sul do Brasil), no Bolívia, Uruguai, no extremo sul do Paraguai e no norte da Argentina. Nas regiões NW e na parte da faixa litorânea desde o Nordeste até o Sul do Brasil, a chuva está associada à convecção ocasionada pela área de instabilidade e a influência do ASAS que leva umidade do oceano Atlântico para o continente. Entretanto a chuva nas regiões do Bolívia, Uruguai, no extremo sul do Paraguai e no norte da Argentina pode estar associada a outra parte do escoamento do ASAS que segue em direção à região de circulação ciclônica sobre o norte da Argentina, reflexo do VCAN, onde os ventos se intensificam. Este escoamento transporta ar relativamente mais quente e úmido e colabora termodinamicamente para instabilizar as regiões comentadas acima, entre a Argentina, Uruguai, Bolivia e parte do Paraguai.

Figura 8. Precipitação acumulada das 12Z do dia 27/06/2016 às 12Z do dia 28/06/2016. Fonte: OGIMET



Referências: 

Imagens de satélite de infravermelho: http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logic


Cartas sinóticas de 250, 500, 850hPa e superfície: http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob

Precipitação acumulada 24 h: http://www.ogimet.com/cgi-bin/gsynop?zona=amersurc&base=complex&proy=orto&ano=2016&mes=06&day=13&hora=00&vr4=R4&enviar=Ver

Imagem de satélite de vapor d agua: http://www.master.iag.usp.br/observados/mapa/satelite/?lat=-33.27116662402688&lon=-64.04628906250001&z=3





Imagem de intensidade e direção do vento: https://earth.nullschool.net/

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