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quarta-feira, 22 de junho de 2016

20160622 00Z

  

Analisado por: Janet Valdés Tito

Revisado: José Angel Riandes González

 

A Figura 1 mostra a ZCIT definida tanto no Oceano Atlântico (4º e 7º N) quanto no Pacífico (7º e 12ºN). Na imagem de satélite observa-se também a presença de uma Linha de Instabilidade (LI), a qual está relacionada com a precipitação na região Norte - Nordeste do Brasil, a LI pode ser melhor identificada através da animação da imagem de satélite com a temperatura realçada (Figura 2), a qual verifica-se o deslocamento da LI para o interior da Amazônia. O JST e JPN estão divididos em dois núcleos, mais para abaixo os JPS, apresenta uma configuração mais zonal.

 

Figura 1: Imagem de satélite GOES-13 de vapor d'água das 00Z do dia 22 de junho de 2016. As linhas laranja indica o JPN, violeta o JPS e vermelha o JST. A ZCIT está indicada em laranja e a LI de verde.


Figura 2: Animação de imagens do satélite GOES-13 Temperatura Realçada das 00Z  às 15Z do dia 22 de junho de 2016.



Na análise da carta sinótica no nível de 250 hPa (figura 3) observa-se o padrão de escoamento anticiclônico com centro próximo ao litoral do MA. Mais ao sudeste nos 12°S/15°W localiza-se um segundo centro anticiclônico. Entre os 15°S e 25°S observa-se a atuação do Jato Subtropical (JST); associado ao Jato Subtropical (JST) é notado um cavado, sobre Uruguai, Paraguai e centro-norte da Bolívia. Ao Sul dos 30°S localiza-se o Jato Polar Norte (JPN) contornando dois cavados, um sobre o oceano Atlântico, com leve curvatura ciclônica e outro próximo à costa Chilena. O ramo sul do Jato Polar (JPS) atua ao sul de 50°S. Associado ao JPS, um cavado dá suporte a uma frente fria no sul do continente. A bifurcação do JST e dos Jatos Polar Norte e Sul, causada pelo cavado e crista notados desde leste das Ilhas Falkland e centro-sul da Bolívia, caracterizam um evento de bloqueio atmosférico, ao qual recebe novo suporte sobre o Pacífico.

Figura 3: Campo de Linhas de Corrente e Geopotencial no nível de pressão de 250hPa.

 

Na análise da carta sinótica no nível de 500 hPa (figura 4), observa-se o padrão do escoamento anticiclônico sobre grande parte do centro-norte do continente, com centro em aproximadamente 17°S/10°W. Este padrão de circulação influência nas condições de tempo de grande parte do Centro-Oeste e Sudeste, onde favorece a ocorrência de movimento descendente do ar e inibe a formação de nebulosidade significativa. Nos 13°S/90°W localiza-se também um centro anticiclônico. Um cavado frontal atua com o eixo no Atlântico ao sul dos 25°S e à leste de 30°W. Aproximadamente nos 45°S/90°W e 45°S/60°W observa-se a presencia de dois centros ciclônicos. Ao Sul dos centros ciclônicos é notado um cavado. O cavado, sobre o continente, e uma crista a nordeste das Ilhas Falkland, favorecem a bifurcação do escoamento de oeste, como é notado nos níveis altos, caracterizando um evento de bloqueio atmosférico, ao qual recebe novo suporte sobre o Pacífico. O JPN e o JPS continuam bem representados nas mesmas posições vistas anteriormente.

 Figura 4: Campo de Linhas de corrente e Geopotencial no nível de pressão de 500hPa.


A figura 5 mostra a carta sinótica no nível de 850 hPa. Nota-se nas regiões Norte e Nordeste, um escoamento predominantemente de leste/sudeste. Mas na parte do Norte e Centro-Oeste predomina o padrão de escoamento anticiclônico inibindo a nebulosidade convectiva em grande parte dessas regiões. No Paraguai o escoamento fecha um centro ciclônico no centro desse país, que também auxilia na convergência de umidade, no sul de MS, RS, SC, PR e SP. Este centro ciclônico associado aos cavados em médios e altos níveis favorecem a manutenção das instabilidades nos estados citados anteriormente. Um centro anticiclônico atua na Argentina e litoral da região Sul e Sudeste do Brasil. Este centro anticiclônico associado ao cento ciclônico centrado no Paraguai é resultado do escoamento em médios e altos níveis, evidenciando o evento de bloqueio atmosférico em baixos níveis. Sobre o pacífico observa-se outro centro ciclônico próximo à costa Chilena. Além disso é observado três centros anticiclônicos localizados aproximadamente nos 30°S/90°W, 23°S/30°W e 30°S/5°W respectivamente. Assim como dois centros de baixa pressão localizados nos 57°S/110°W e 51°S/20°W respectivamente.

 Figura 5: Campo de Linhas de Corrente, Temperatura e Geopotencial no nível de pressão de 850 hPa.


Na figura 6 mostra-se a análise da carta sinótica de superfície, nota-se que o ramo estacionário de um sistema frontal atua no norte do RJ e segue como ramo frio no oceano Atlântico adjacente. Na retaguarda deste sistema, observa-se a alta pressão pós-frontal, que adquire características subtropicais, com valor de 1028 hPa, centrada em torno de 37°S/49°W, refletindo uma região de cristas em médios e altos níveis. Um cavado invertido atua no centro de MS e o litoral do RS, também reflexo dos níveis médios e altos. Uma frente fria atua do litoral da Província de Santa Cruz, passando a sudoeste das Ilhas Malvinas até um ciclone com centro fora do domínio da figura. Uma zona frontal atua no Pacífico e tem a baixa pressão de 996 hPa localizada em 44°S/88°W, aproximadamente. A Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) tem núcleo fora do domínio desta figura, à oeste dos 5°W. A Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) encontra-se aproximadamente entre os 33°S/112°W.  A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) oscila em torno de 04°N/07°N no Oceano Atlântico e entre os 07°N/12°N no Oceano Pacífico.


Figura 6: Campo de Pressão em superfície e Espessura entre 1000 e 500hPa.

  
Pela análise da precipitação acumulada em 24h (Figura 7), destacam-se duas regiões de maior precipitação. Conforme mencionado anteriormente, pode-se ver a precipitação no SE associado a um centro ciclônico nos baixos níveis e aos cavados em médios e altos níveis, o que favorecem a convergência de umidade e a manutenção das instabilidades nessa região. Já a precipitação registrada no norte da região Norte e Nordeste do Brasil, está relacionada ao escoamento predominantemente de leste/sudeste, onde a velocidade foi superior a 20 kt (Vide figura 5), o que auxilia o transporte de umidade e causa instabilidades para estas localidades, assim como convecção de uma Linha de Instabilidade (Vide Figura 2).


  Figura 7: Dados de precipitação acumulada (mm) para a Região da América do Sul. FONTE: OGIMET



  

Referências: 
  1. Imagens de satélite: http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logic
  2. Cartas sinóticas de 250, 500, 850hPa e superfície: http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob
  3. Precipitação acumulada 24 h: http://www.ogimet.com/cgi-bin/gsynop?zona=amersurc&base=complex&proy=orto&ano=2015&mes=06&day=12&hora=12&vr4=R4&enviar=Ve


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