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terça-feira, 14 de junho de 2016

20160614 00Z

Por: Martim Mas
Revisado por: Andrea Viteri

Na carta referente ao nível de 250 hPa (Fig. 1) observa-se a presença do Jato Subtropical (JST, em vermelho) entre 20 e 35°S e entre 120 a 65°W e de 40°W até o final do domínio. Ao sul, nota-se a presença dos jatos polares norte (JPN, linha azul escura) e sul (JPS, linha azul clara). O primeiro encontra-se entre 40 e 50°S e 120 e 85°W e mais a oeste, onde é observado novamente em 55°W próximo a 55°S, porém defletindo para norte até alcançar a latitude de 35°S em 10°W, confluindo com o JST. Já o JPS é visto entre 55 e 60°S entre 120 e 90°W e entre 75 e 30°W. A leste deste meridiano, também observa-se sua trajetória para norte até 35 a 40°S entre 10°W e Greenwich. É notável que nesta região haja a confluência dos três jatos (confirmada pela análise do GFS/NCEP disponível em earth.nullschool.net).

Figura 1: Campo de linhas de corrente e geopotencial em 250 hPa para 14/jun/2016 às 00Z. Estão destacados os jatos subtropical (vermelho), polar norte (azul escuro) e polar sul (azul claro).

Já na carta de 500 hPa (Fig. 2), os jatos são observados nas mesmas latitudes. No entanto, o JST é nitidamente observado apenas a leste de 35W. A oeste, perturbações no escoamento que, apesar de não tão intenso, deve estar associado ao JST (linha vermelha tracejada) são responsáveis por cavados em 110W e 35W (em amarelo). Uma crista em 40W neste mesmo escoamento parece ser responsável por um anticiclone que acaba por deslocar toda a estrutura de jatos para sul, ainda que em menor escala para os jatos polares, onde também são observadas pequenas cristas associadas à primeira. Nestes jatos, também são observados cavados associados a circulações ciclônicas em 60S e 105W e 50S e 15W. Mais ao norte, é possível identificar também a Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) em 20S, que está sobre ou a leste de Greenwich. Um menor centro de alta também é observado entre 10 e 15S e 30W.

Figura 2: Campo de linhas de corrente e geopotencial em 500 hPa para 14/jun/2016 às 00Z. Estão destacados os jatos subtropical (vermelho), polar norte (azul escuro) e polar sul (azul claro). Em amarelo, estão identificadas as cristas (linhas serrilhadas) e cavados (linhas tracejadas), além dos centros de alta (A) e baixa (B) pressão.


No nível de 850 hPa (Fig. 3) pode-se ver que as cristas e cavados do nível de 500 hPa se mantém (aqui em azul claro), assim como os centros de alta e baixa (“cut-off high/low”) em 30 e 50S respectivamente. Neste nível, no entanto, é possível notar a presença do jato de baixos níveis do interior da América do Sul até o Atlântico, passando principalmente sobre Paraguai, Argentina e Uruguai.

Figura 3: Campo de linhas de corrente, geopotencial e temperatura em 850 hPa para 14/jun/2016 às 00Z. Estão destacados o jato de baixos níveis (amarelo) e  cristas (linhas azuis serrilhadas) e cavados (linhas azuis tracejadas), além dos centros de alta (A) e baixa (B) pressão.

Na carta referente à superfície (Fig. 4), nota-se a presença do centro de alta junto à costa do RS, numa situação pós passagem de frente fria (possivelmente associada à baixa que agora está em 10W e 50S). É bastante visível também a intensificação dos ventos de NW entre 60 e 40W e 35 e 50S, provavelmente ajudados por esta Alta. Mais ao norte, a convergência dos ventos entre 10 e 15N no Pacífico indica a presença da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), confirmada pela faixa de nebulosidade vista nas imagens de satélite de infravermelho (Fig. 5) e do vapor d’água (Fig. 6). No caso do Atlântico Sul, apesar de haver a convergência, não é observada a mesma faixa de nebulosidade e vapor d’água como no Pacífico.


Figura 4: Campo de ventos em superfície (vetores) e pressão reduzia ao nível do mar para 14/jun/2016 às 00Z. Estão destacadas espessuras da camada entre 1000 e 500 hPa menores (maiores) que 540 dam em azul(vermelho), além dos centros de alta (A) e baixa (B) pressão.

A imagem do canal do vapor d’água (Fig. 6) também mostra que a interação entre o vapor d’água trazido pelo jato em 500 hPa (vermelho, Fig. 2) e o jato de baixos níveis em 850 hPa (amarelo, Fig. 3) provoca advecção quente para sul, formando a faixa de nebulosidade vista que se estende sobre Paraguai, Argentina e Uruguai (Fig. 5), que parece se juntar com outra faixa de nebulosidade associada aos jatos da frente polar (JPS e JPN). Este efeito pode explicar o fato de as temperaturas no Paraguai e Uruguai (exatamente sob o jato de baixos níveis) estarem ligeiramente maiores que no interior do RS e SC, regiões próximas porém mais ao norte (Fig. 7). Finalmente, ambas imagens de satélite também mostram, além das nuvens associadas à convecção e à ZCIT no norte do continente, a ausência de nebulosidade e de vapor d’água associadas ao centro de alta que se desenvolveu na costa gaúcha, mas que age principalmente para condições de tempo bom na costa de SC, SP e RJ.

Figura 5: Imagem de satélite do canal infravermelho com realce de temperatura para 14/jun/2016 às 00Z. Fonte: MASTER

Figura 6: Imagem de satélite do canal do vapor d'água 14/jun/2016 às 00Z. Fonte: MASTER


Figura 7: Medições de temperatura na superfície para 14/jun/2016 às 00Z. Fonte: OGIMET

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