20160613 00Z

Por: Luís Mendes

Revisado por: D. Jimena Roncancio

Em uma carta meteorológica de altos níveis (Figura 1), o jato subtropical (JST, linha vermelha) encontra-se entre 25ºS e 35ºS, atravessando do Pacífico até o Atlântico, passando pelo sul de SP e norte do PR. Ao sul, encontra-se o Jato Polar (JPN), passando sobre o sul da Argentina. Entre as latitudes de 45ºS e 55ºS, encontra-se o Jato Polar (JPS). Ambos estão divididos em três núcleos, sul do Pacífico, e sul e parte central do Atlântico.

Figura 1. Análise do GFS-250 hPa para o dia 13 de junho de 2016 às 00Z. A linha laranja indica o JPN, a amarela o JPS e a vermelha o JST. As linhas laranjas tracejadas indicam os cavados e as amarelas "dente de serra" as cristas. A letra A em vermelho representa os centros de alta pressão. Fonte: MASTER.

Na imagem de satélite de vapor d'água (Figura 2), observa-se a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) que oscila em torno de 9ºN e 11ºN no Oceano Pacífico e em torno de 5ºN e 8ºN no Atlântico. Há também os JST, JPN e JPS.

Figura 2. Imagem de satélite GOES-13 de vapor d'água das 00Z do dia 13 de junho de 2016. A linha laranja indica o JPN, a amarela o JPS e a vermelha o JST. A ZCIT está indicada em linhas tipo "trilho de trem". Fonte: CPTEC.

Em 500hPa (Figura 3), temos uma circulação anti-ciclônica sobre a Bolívia, RO e MT, e outra acima do Uruguai. Temos também, duas circulações anti-ciclônicas entre 5ºS e 15ºS no Pacífico, com uma crista associada a elas.No Atlântico a 20ºS observa-se uma circulação anti-ciclônica com uma crista associada. No Atlântico a 10ºS temos uma circulação ciclônica. Na costa do Chile, tem-se um cavado. Entre 20ºS/50ºW e 40ºS/30ºW um cavado associado as circulações anti-ciclônicas do Atlântico e do continente ao Sul. Entre 50ºS e 60ºW temos uma crista associada a circulação anti-ciclônica acima do Uruguai. Ao sul do continente e ao sul do Atlântico vemos JPS e JPN.

Figura 3. Análise do GFS-500 hPa para o dia 13 de junho de 2016 às 00Z. As linhas laranjas tracejadas os cavados e as amarelas "dente de serra" as cristas. A letra A em vermelho os centros de alta pressão e a letra B em azul os de baixa pressão. Fonte: MASTER.

No nível de 850hPa (Figura 4), observa-se três circulações anti-ciclônicas, localizados a 30ºS, distribuídas do Pacífico até o centro do continente, esta ao sul do Uruguai e noroeste da Argentina, que junto com uma baixa ao sul e 75ºW (fora do domínio da imagem), geram um cavado ao sul do continente e a 60ºW. Em aproximadamente 30ºS/40ºW e 50ºS/35ºW temos dois cavados, onde aquele que está mais ao sul é gerado por uma baixa fora do domínio da figura.

Figura 4. Análise do GFS-850 hPa para o dia 13 de junho de 2016 às 00Z. As linhas laranjas tracejadas os cavados e as amarelas "dente de serra" as cristas. A letra A em vermelho os centros de alta pressão. Fonte: MASTER.

Em superfície (Figura 5) há dois centros de baixa pressão, um em 60ºS/75ºW e outro em 60ºS/35ºW. Associados as duas baixas, há uma frente fria em fase de oclusão, alcançando a frente quente. A ZCIT está indicada em linhas tipo "trilho de trem" em laranja. Além disso, há uma circulação anti-ciclônica acima do SC e ao norte do RS e a ASAS em 25ºS/5ºW. Na carta também estão destacadas quatro cavados, no Pacífico, a leste da Argentina, no litoral sul de PR, SC e RS e o último Atlântico Sul.

Figura 5. Análise do GFS- Superfície para o dia 13 de junho de 2016 às 00Z. A letra A em vermelho os centros de alta pressão e a letra B em azul os de baixa pressão. A ZCIT está indicada em linhas tipo "trilho de trem" em laranja. ASAS é o Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul. Frente fria (azul), frente quente (vermelho) e frente oclusa (roxo) também estão indicadas. Fonte: MASTER.

Na imagem de satélite de infravermelho (Figura 6), nota-se a grande área seca ao sudeste do continente, abrangendo o leste da Argentina e a região sul-sudeste do Brasil. Ao sul temos as duas frentes frias, quentes e oclusas comentadas acima. Estes fatos podem justificar o dia mais frio do ano em São Paulo (veja em Notícias, abaixo).

Figura 6. Imagem de satélite GOES-13 do canal infravermelho das 00Z do dia 13 de junho de 2016. Fonte: CPTEC.

No gráfico de temperatura (Figura 7), vemos a região com baixas temperatura ao sul do Brasil.

Figura 7. Imagem de temperatura do ar (ºC) INMET das 00Z do dia 13 de junho de 2016. Fonte: INMET.

No gráfico de precipitação (Figura 8), nota-se a região seca comentada na imagem de satélite (Figura 6) ao sul do continente.

Figura 8. Imagem de precipitação (mm em 24h) OGIMET das 00Z do dia 13 de junho de 2016. Fonte: INMET.

Notícias: 

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/06/frio-em-sao-paulo-e-o-maior-desde-1964.html

Referências:

Imagens de satélite de infravermelho: http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logic

Cartas sinóticas de 250, 500, 850hPa e superfície: http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob

Precipitação acumulada 24 h: http://www.ogimet.com/cgi-bin/gsynop?zona=amersurc&base=complex&proy=orto&ano=2016&mes=06&day=13&hora=00&vr4=R4&enviar=Ver

Imagem de satélite de vapor d agua: http://www.master.iag.usp.br/observados/mapa/satelite/?lat=-33.27116662402688&lon=-64.04628906250001&z=3

Imagem de temperatura: http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=clima/webService