Análise sinótica do 10 de julho de 2015 - 00Z
Analisado por: Victor R. Chávez Mayta
Figura 1. - Imagem de satélite (direita) do canal infravermelho (GOES 13). As linhas representam o JST (em vermelho), o JPN (em laranja) e o JPS (em amarelo). Fonte: CPTEC/INPE.
A Figura 1 mostra a ZCIT
bem definida tanto no Oceano Atlântico e no Pacífico entre 5 e 10 N. No oceano
Atlântico ela possui orientação NE-SW, e no Pacífico, W-E. A animação dos
campos de vento em superfície e nível desejado do earth.nullschool.net apresentados na Figura 12
ajudam a identificar melhor a ZCIT.
O Jato Subtropical JST
pode ser visto sobre o Oceano Pacífico, seguindo uma trajetória quase retilínea
acima de 30°S. Em continente ela de desloca contornando um cavado e passando
sobre o sul de Bolívia e acima dos estados de MS, SP e RJ e finalmente em
oceano Atlântico tem direção de deslocamento SL. O ramo norte do Jato Polar
(JPN) está acoplado ao JST sobre o Oceano Pacifico e se desacopla sobre a parte
continental (Sul de Chile) e Atlântico Sul. Para identificar melhor os Jatos,
foram feitos três cortes verticais, nas longitudes de 110W (Figura 7), 80W (Figura
8) e o outro em 50W (Figura 9). O ramo sul do Jato Polar (JPS) está
acoplado ao JPN sobre o Oceano Pacifico e se desacopla sobre a parte
continental para novamente se acoplar no oceano Atlântico.
Figura 2. - Análise da carta sinótica de 250hPa. As linhas representam o JST (em vermelho), o JPN (em laranja) e o JPS (em amarelo). As linhas tracejadas representam os cavados e cristas. Fonte: MASTER-IAG.
A análise do GFS para o
nível de 250 hPa mostra o JST e JPN conforme vistos na imagem de satélite.
Neste nível podem-se identificar JST acoplada a JPN a partir de 110 W até 70 W
aproximadamente. JST de desloca contornando um cavado e passando sobre o sul de
Bolívia e acima dos estados de MS, SP e RJ, também vista na imagem de satélite.
Para esta identificação foi necessária fazer um corte vertical nas longitudes de
110W (Fig. 8). Além disso, nota-se um sistema de crista e cavado deslocando-se
para o sul de Peru. Podem-se observar também
duas circulações ciclônicas com núcleos sobre 50°S-60°W e 55°S-05°W e uma
circulação anticiclônica com núcleo em 45°S-110°W.
Figura 3. - Análise da carta sinótica de 500hPa. As linhas representam o JPN (em laranja) e o JPS (em amarelo). As linhas tracejadas representam os cavados e cristas. Fonte: MASTER-IAG.
A análise do GFS para o
nível de 500 hPa mostra o JPN deslocando se em direção NW-SE contorneando as
três circulações ciclônicas com núcleos em 35°S-105°W,
50°S-60°W 55°S-05°W. O JPS pode se identificar
entre 120W-80W, além disso se pode
identificar um sistema de cristas e cavados. Podem-se identificar duas
circulações anticiclônicas com núcleos em 15°S-80°W
(influenciando ausência de nebulosidade na região sul de Peru e norte de
Bolívia associado a geadas fortes nestas regiões andinas) e 20°S-30°W.
Figura 4. - Análise da carta sinótica de 850 hPa. As linhas tracejadas representam os cavados e cristas. Fonte: MASTER-IAG.
A análise do GFS para o
nível de 850 hPa mostra as circulações anticiclônicas e ciclônicas sobre os
oceanos Pacifico e Atlântico. Observam-se
as circulações anticiclônicas com
núcleos em 25°S-80°W (sobre o Pacífico) e 35°S-15°W (sobre o Atlântico
Sul). As circulações ciclônicas identificadas com núcleos em 35°S-105°W ,
50°S-60°W, 35°S-45°W sendo esta ultima circulação ciclônica identificada no dia anterior sobre o sul de Brasil, ainda
encontra-se associada a um cavado observado nos níveis médios e altos ocasionando
precipitações nas regiões de RS, PR e SC
(ver animação Fig. 7).
Figura 5. - Análise da carta sinótica de superfície. MASTER-IAG.
A análise do GFS para a
pressão reduzida ao nível médio do mar mostra as circulações anticiclônicas e
ciclônicas e os sistemas frontais. Por exemplo, pode-se identificar o Anticiclone
Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) localizado
frente à costa de Chile e a Alta Subtropical do
Atlântico Sul (ASAS) com núcleo em 45°S-25°W. Dois sistemas frontais foram identificados
associados a circulações ciclônicas
com núcleos em 50°S 60°W e 35°S 45°W . O
primeiro sistema frontal pode ser considerado como um sistema frontal
estacionário devido a que no se encontra deslocado consideravelmente respeito
ao dia anterior. Enquanto ao segundo sistema com núcleo 35°S 45°W atua sobre o
oceano Atlântico onde o ramo frio se estende até o RJ.
A
ZCIT está entre 7 e 10 N no Atlântico (bem definida) e aproximadamente entre 5
e 10N no Pacífico.
Figura 6.- Precipitação acumulada em 24h. Fonte: OGIMET.
A figura 6 mostra os
acumulados de precipitação registrados nas estações meteorológicas durante 24h. Podem-se
observar as máximas precipitações são consideravelmente menores respeito ao dia
interior, na animação da Fig. 7 mostra efetivamente que o núcleo de
precipitação se encontra enfraquecido e deslocando se para o oceano, além
disso, o ramo norte deste núcleo de precipitação esta acima de Bahia provocando
chuvas moderadas registradas nesta região. Na região norte do Brasil, também se
pode identificar precipitação fraca devido a que ZCIT se localiza mais a norte
desta região.
Figura 7 - Animação das imagens do satélite GOES-13 (Temperatura Realçada) das 12Z do dia 09 às 12Z do dia 10 de julho de 2015.
Anexos
Figura 8.- Corte vertical para a longitude 110oW. Fonte: MASTER-IAG.
Figura 9.- Corte vertical para a longitude 80oW. Fonte: MASTER-IAG.
Figura 10.- Corte vertical para a longitude 50oW. Fonte: MASTER-IAG.
Figura 11 - Linhas de corrente (contorno) e divergência de umidade em 1000 hPa. Fonte: MASTER-IAG.
Figura 12 Animação de campos de vento em superfície. Fonte: earth.nullschool.net
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