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terça-feira, 7 de julho de 2015

20150707

Análise Sinótica das 00Z do dia 07/07/2015

Analisado por:
Ricardo Vilela
Figura 1: Imagem do satélite GOES-13 para o vapor d'água das 00Z do dia 07 de julho de 2015.  As linhas indicam a posição dos jatos (JST em vermelho, JPN em laranja JPS em amarelo). A ZCIT está indicada em Laranja na região tropical. Fonte: CPTEC.

A imagem de vapor d'água mostra uma banda de nebulosidade bem definida no Atlântico tropical, indicando a posição da ZCIT que se dá entre 7o e 9o N (observar fig. 6). No Pacífico a ZCIT não apresenta a banda de nebulosidade tão estreita e seu posicionamento aproximado é verificado nas mesmas latitudes observadas no oceano Atlântico. Os contrastes de vapor d'água na imagem delimitam as correntes de jato e destaca-se o setor leste do cavado da corrente do JST que se encontra a oeste do Brasil associado a muita nebulosidade desde a região amazônica até o Rio Grande do Sul.



Figura 2. Carta sinótica em 250 hPa. Jatos identificados pelas cores: vermelha (JST), laranja (JPN) e amarelo (JPS). Fonte: CPTEC.

Na carta sinótica de 250 hPa nota-se que os jatos de altos níveis sobre o oceano Pacífico se encontram em uma estreita faixa de latitude enquanto no oceano Atlântico apresentam uma bifurcação. Sobre a América do sul os jatos descrevem um cavado cujo setor leste, responsável por instabilidade atmosférica, se encontra sobre os países que fazem fronteira a sudoeste do Brasil.

Figura 3. Corte vertical em 80ºW da temperatura potencial (K) e magnitude do vento às 00Z do dia 07 de julho de 2015. Fonte: Master/IAG


O corte vertical da intensidade do vento e da temperatura potencial permite encontrar os núcleos das correntes de jato. Nota-se temperaturas de aproximadamente 325K para o ramo sul do Jato Polar, e temperaturas mais elevadas para o JPN (~340K) e para o JST (~350K)

Figura 4. Carta sinótica em 500 hPa. Os cavados estão indicados pela linha tracejada. Fonte: CPTEC.


Em 500 hPa, ainda é possível identificar centros de intensa velocidade do vento remanescentes dos jatos Polar Norte e Polar Sul. Os cavados identificados na carta de 250 hPa ainda se estabelecem nos níveis médios e os centros de alta pressão referentes à ASAS e à ASPS também podem ser identificados.

Figura 5. Carta sinótica em 850 hPa. Fonte: CPTEC

No nível de 850 hPa destaca-se o intenso escoamento da região amazônica para o sul do Brasil, esse comportamento se deve à circulação da ASAS que está posicionada, nesse nível, em aproximadamente 35o S e 33o O. Além da contribuição do anticiclone, está configurada uma região de baixa pressão ao norte da Argentina o que contribui ainda mais para esse comportamento do vento.




Figura 6. Carta sinótica de Superfície. Fonte: CPTEC

Em superfície, como pode ser visto na carta apresentada pela figura 6, não existe nenhum sistema sinótico significativo atuando sobre o continente, pois os sistemas frontais que em tempos anteriores influenciaram o tempo no continente já se propagaram para o oceano. A ASAS possui um centro posicionado em aproximadamente 35o S e 30o O com valores de pressão de mais de 1028 hPa. A ASPS, está centrada em aproximadamente 30o S e 80o O, e com valores de pressão de mais de 1020 hPa. No Atlântico existem dois sistemas frontais (no domínio da imagem), um com baixa pressão associada na faixa de latitude de 35o S e o outro, mais ao sul, em 50o S, já em estágio de oclusão (representação em roxo). No oceano Pacífico existe apenas uma frente fria com ciclone associado na latitude de 40o S. Destaca-se também nessa carta sinótica um cavado no Atlântico próximo ao Uruguai e da costa sul do RS.
Figura 7: Acumulado de precipitação em 24h. Fonte: ogimet.com

O mapa da figura 7 mostra o acumulado de precipitação entre as 12Z do dia 06/07/15 e as 12Z do dia 07/07/15. Nota-se que os maiores valores, apesar de baixos, se encontram em quase toda faixa litorânea do Brasil. Em mais altas latitudes, isso provavelmente se deve ao sistema frontal que passou nessa região e se encontra no oceano próximo ao sul da Bahia (às 00Z do dia 07/07). Na região tropical, os altos acumulados são consequência de padrões de escoamento da ASAS juntamente com umidade da região amazônica, e da ZCIT.


(1) Imagem de satélite: http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logi

(2) Cartas Sinóticas - CPTEC/INPE:  http://img0.cptec.inpe.br/~rgptimg/Produtos-Pagina/Carta-Sinotica/Analise/impressao/

(3) OGIMET - <http://www.ogimet.com/>



(4) Produto Aulamaster - MASTER-IAG

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