Analisado por:
Igor Stivanelli Custódio
Análise sinótica das 00Z do dia 01/07/2015
Figura 1. Imagem de satélite GOES-13 de vapor d'água das 00Z do dia 01 de julho de 2015. As linhas laranja indica o JPN, amarela o JPS e vermelha o JST. A ZCIT está indicada em verde.
A Figura 1 mostra a ZCIT bem definida tanto no Oceano Atlântico
quanto no Pacífico entre 5 e 15N, sendo que no oceano Atlântico ela possui
orientação NE-SW, e no Pacífico, NW-SE. Estas observações podem ser melhor
verificadas no campo de divergência de umidade e ventos em superfície (Figura 8).
Os três jatos também são mostrados na figura, sendo que o JST se posiciona em
latitudes menores. Para melhor identificar os Jatos, foram feitos dois cortes
verticais, um na longitude de 70W (Figura 7b) e o outro em 20W (Figura 7a). No
primeiro corte vertical, verifica-se três núcleos principais de maiores
intensidades do vento, os quais possuem temperatura potencial que variam em
torno de 350-360K (JST), 310-320K (JPN) e 300-310K (JPS). Já no segundo corte
vertical (Figura 7a), não se consegue fazer uma distinção mais característica
entre os jatos polares, mostrando que ambos se acoplam no lado Leste da América
do Sul, novamente, o núcleo do JSP encontra-se em torno da latitude de 22.5ºS.
Figura 2. Análise do GFS-250 hPa. As linhas laranja indica o JPN, amarela o JPS e vermelha o JST, linhas pretas tracejadas os cavados.
Na carta de 250 hPa (Figura 2), observa-se que o
centro de Alta Pressão (AP), antes verificado à oeste do Equador e Peru (desde
27/06/2015) se mantém, no entanto, este se desloca para leste, passando a ser
centrado em 2.5ºS, 73ºW. Este centro de AP é associado com um cavado em altos
níveis, localizado à leste, que passa sobre os estados do Pará e Amapá. Nesta
carta, ainda se nota a presença de uma baixa pressão (BP), centrada em 35ºS,
0ºW. Além disso, pela carta sinótica de 250 hPa, corrobora-se a posição dos
Jatos verificados pela imagem de satélite.
Figura 3. Análise do GFS-500 hPa. Linhas laranja indica o JPN e amarela JPS, linhas pretas tracejadas os cavados e círculos vermelhos os centros de alta pressão.
Em 500 hPa (Figura 3), o sinal da BP de 250 hPa já não é notado.
Também é possível verificar o aparecimento de uma AP sobre a região Nordeste do
Brasil. Nesta carta, ainda se destacam três cavados, sendo o cavado de maior
interesse o que se localiza sobre os estados do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná e São Paulo, o qual vai fornecer suporte para a BP em
superfície (Figura 5). As duas regiões de BP que se localizavam sobre o Oceano Pacífico, na análise anterior, já não pode mais serem vistas, no entanto dão lugar a um cavado de onda curta sobre as suas localizações. Além disso, o JPN e o JPS continuam bem representados
nas mesmas faixas vistas anteriormente.
Figura 4. Análise do GFS-850 hPa. Linhas pretas tracejadas indicam os cavados,os círculos vermelhos (azul) os centros de alta (baixa) pressão.
Na carta de 850 hPa (Figura 4), visualiza-se o sinal da ASAS e
ASPS (35ºS, 15ºW e 30ºS, 90ºW, respectivamente). Ainda nesta carta, nota-se um
centro de BP associado à um ciclone em superfície em estágio de oclusão. Além
disso, verifica-se um cavado passando sobre o norte do Rio Grande do Sul, este
cavado está associado a região da Frente Fria, que pode ser verificada na
Figura 5. Assim como ocorre na análise do dia anterior, ainda é notada a
presença de uma crista mais pronunciada sobre o interior do continente.
Figura 5. Análise do GFS-1000 hPa para o dia 01 de julho de 2015 às 00Z.
Na carta sinótica de superfície (PRNMM - Figura 5), a ZCIT mostra-se bem
definida tanto no Atlântico quanto no Pacífico (~5º-15ºN), assim como é
mostrado pela imagem de satélite (Figura 1). A ASPS centra-se em 48ºS, 98ºW;
enquanto a ASAS está centrada em 35ºS, 15ºW. Com relação ao dia anterior, o
ciclone, relacionado a frente fria no sul do Oceano Atlântico já não é mais
verifica pelo domínio da carta. O ciclone que se localizava no Oceano Pacífico entra
em estágio de oclusão. Além disso, surge uma região de BP à leste do continente
(centrada em 40ºS, 42ºW) associada a uma Frente Fria que passa sobre a região
norte do RS e sul de SC, colaborando para a nebulosidade e precipitação na
região (Figura 6). No litoral da Bahia, o cavado observado ultimamente
persiste, o qual está associado à precipitação na região, que pode ser
observada na Figura 6; também é possível notar um cavado no litoral de SP favorecendo a formação da nebulosidade verificada durante o dia e na imagem de satélite. Para uma melhor identificação das frentes e da ZCIT,
utilizou-se os campos de divergência de umidade, mostrado na Figuras 8, e ventos em superfície.
Figura 6. Precipitação acumulada das 12Z do dia 30/06/2015 às 12Z do dia 01/07/2015. Fonte: OGIMET
Pela análise da precipitação acumulada em 24h (Figura 6), destacam-se
duas regiões de maior precipitação. Conforme mencionado anteriormente, pode-se
ver a precipitação no litoral da Bahia, associada à convergência de umidade
(Figura 8) favorecida pelo cavado. Sobre a região Sul do Brasil e Paraguai, a
precipitação está associada à passagem da frente fria e ao cavado em 500 hPa.
Figura 7. Corte vertical da temperatura potencial (K) e magnitude do vento às 00Z do dia 01 de julho de 2015, corte feito na longitude de 20W (painel esquerdo) e 70W (painel direito). Fonte: Master.
Figura 8. Divergência de umidade em superfície às 00Z do dia 01 de julho de 2015, e pressão reduzida ao nível médio do mar. Fonte: Master.
Referências:
- Imagens de satélite: http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logic
- Cartas sinóticas de 250, 500, 850hPa e superfície: http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob
- Precipitação acumulada 24 h: http://www.ogimet.com/cgi-bin/gsynop?zona=amersurc&base=complex&proy=orto&ano=2015&mes=07&day=01&hora=12&vr4=R4&enviar=Ver
- Campos gerados: Análise do GFS - MASTER
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