Análise sinótica do 09 de julho de 2015 - 00Z
Analisado por: Vannia Jaqueline Aliaga Nestares
Na figura 1
observa-se que os jatos (JST e JPN) sobre o Pacífico apresentam-se quase
zonais, mas sofrem uma bifurcação quando atingem o continente, além de que o
JST ter uma ondulação meridional associada à frente em superfície. Na zona sul
de Chile e Argentina encontram-se acoplados os JPN e JPS, assim como
observar-se sobre o Atlântico o JPN de forma zonal e mais ao sul o JPS
ligeiramente ondulado. A ZCIT apresenta-se melhor definido (mais convecção) sobre
o Pacífico que sobre o Atlântico. Nota-se também muita nebulosidade sobre o
leste de Uruguai, sudeste de Paraguai, RS, SC, PR, SP, MG, RJ, ES, MT e GO-DF
associado ao ciclone extra tropical e à frente em superfície (fig 2), que tem avanço
para o sudeste (fig 2 e anexos 4 e 5).
Figura 2: Animação das imagens de satélite GOES-13, canal de vapor d'água, 09072015 - 00Z até 09Z. |
Na figura 3
nota-se os três ramos do Jato sobre o Pacífico, os JST e JPN quase zonais estendendo-se
entre 20 e 40°S com ligeira inclinação NW-SE e o JPS bem ao sul com ondulação
meridional e localizado entre os 50 e 60°S. Ao chegar ao continente o JST tem
uma ondulação bem marcada (anexo 1) formando um cavado com eixo estendendo-se
desde AM até o leste de Argentina. Depois, sobre o Atlântico observa-se novamente
outra ondulação do jato que forma outro cavado com eixo estendido desde o Equador
até 25°S. Mais ao sul nota-se um acoplamento dos três jatos (anexo 2) ao oeste
de um cavado com eixo estendido desde 35 até 60°S e um acoplamento dos JPN e
JPS ao leste do cavado. Voltando para mais ao norte observa-se duas cristas
alternando-se com os cavados, uma localizada sobre o Pacífico e a outra sobre o
Atlântico e que se encontra melhor configurada que a outra. Observam-se também
duas circulações ciclônicas com núcleos sobre 42°S-102°W e 28°S-12°W.
Na análise em
níveis médios observa-se duas circulações anticiclônicas com núcleos sobre 18°S-78°W
(Pacífico) e 15°S-35°W (Atlântico). Entre estas circulações nota-se também o
cavado já observado em níveis altos junto a uma crista localizada ao norte que
está associada à circulação anticiclônica sobre o Atlântico. Observa-se também três
circulações ciclônicas, uma sobre o Pacífico e as outras duas sobre o Atlântico.
O JPN observa-se estendido desde o Pacífico até o Atlântico com ligeiras ondulações
sobre os cavados, e o JPS observa-se só sobre os cavados. Assim como observa-se
uma pequena parte do JST sobre o cavado localizado no Atlântico, associado à
circulação ciclônica com núcleo em 25°S-15°W.
Figura 4: Carta sinótica em 500 hPa con análise de modelo GFS de 1° de resolução horizontal. Todos os símbolos igual que na figura 3. |
Na figura 5 apresentam-se
seis circulações ciclônicas e dois anticiclônicas associadas aos Anticiclones
Subtropicais. A circulação ciclônica localizada sobre o sul de Brasil encontra-se
associada ao forte cavado observado nos níveis médios e altos e é quem produziu
as precipitações registradas nessa região (fig 7).
Figura 5: Carta sinótica em 850 hPa con análise de modelo GFS de 1° de resolução horizontal. Todos os símbolos igual que na figura 3. |
No análise em
superfície observa-se quatro sistemas frontais bem configurados e associados a
baixas (anexo 3). O sistema que gerou muitas precipitações sobre o sul e
sudeste de Brasil, assim com sobre Uruguai (fig 7) está conformado pela frente
fria sobre MT, GO, MG, SP e RJ, uma frente estacionaria sobre RO e MT, assim
como sobre o norte da Bolívia, uma frente ocluída sobre RS e parte do
Atlântico, assim como pela frente quente sobre o Atlântico. O sul de Argentina
também tem um sistema de frentes bem configurados. Os outros dois sistemas
frontais localizam-se sobre os Oceanos. Além disso, observa-se o Anticiclone
Subtropical do Pacífico Sul com núcleo em 25°S-78°W e o Anticiclone Subtropical
do Atlântico Sul com núcleo não muito bom configurado, mas pode ser localizado
sobre 30°S-32°W. A ZCIT apresenta-se quase zonal e rodeando os 10°N nos ambos
Oceanos.
Figura 6: Carta sinótica em superfície con análise de modelo GFS de 1° de resolução horizontal. Frentes fríos (azul), quentes (vermelho) e ocluidos (roxo). A ZCIT (verde). Altas (A), baixas (B). |
Na figura 7
observa-se as precipitações acumuladas em 24 horas. Os maiores acumulados foram
registrados em Rio Pardo (RS - Brasil) com 43,6 mm e em Capitan Meza (Paraguai)
com 40,7 mm. Estes valores são representativos das regiões com altos acumulados
de precipitação, as quais são o sul e sudeste de Brasil, assim como o leste de
Paraguai. O sistema principal que gerou estas precipitações é o ciclone
extratropical com núcleo sobre 30°S-45°W associado ao sistema frontal em
superfície e o cavado em níveis superiores. Observa-se também precipitações
inferiores a 20 mm na costa nordeste de Brasil, nas regiões de BA, SE e AL, as
quais estão associadas aos ventos do sudeste configurados pela circulação do
Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul. Pelo contrário, nas outras regiões do
Brasil nota-se secura devido à crista localizada em 500 e 850 hPa.
Figura 7: Precipitação aumulada em 24 horas. 09072015-12Z. |
Anexos:
Anexo 1: Corte de temperatura potencial e velocidade do vento em 60°W. Análise do GFS do 09072015-00Z. |
Anexo 2: Corte de temperatura potencial e velocidade do vento em 30°W. Análise do GFS do 09072015-00Z. |
Anexo 3: Divergência de umidade e ventos em 1000hPa. 09072015-00Z. |
Anexo 4: Advecção de vorticidade relativa e ventos em 1000hPa sobre o ciclone extratropical. 09072015-00Z. Advecção negativa indica a direcção do movimento do sistema. |
Anexo 5: Vetor Q (setas) e linhas de corrente em 1000 hPa sobre o ciclone extratropical. 09072015-00Z. Confluencia do vetor Q representa movimentos ascendentes. |
Referências:
1. Figuras 1 e 2: Modificado de http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logic?i=es.
2. Figuras 3, 4, 5 e 6: Modificadas de http://masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&pos=1
&prod=previsao_glob.
3. Figura 7: Obtida de http://www.ogimet.com/gsynop.phtml.
4. Anexos 1, 2, 3 e 4: Obtidas com acesso privado de aulamaster.iag.usp.br.
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