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sábado, 23 de maio de 2015

20150523


Análise Sinótica 2015-05-23 00
Dante C. Napolitano
Diego Rodriguez
  

Figura 1. Imagem de satélite GOES-13 de vapor d'água de 23 de maio de 2015, 00h. JST - Jato Subtropical*; JPN - Ramo Norte do Jato Polar*; ZCIT - Zona de Convergência Intertropical; INST - Região de Instabilidade 

A Figura 1 mostra o Jato Subtropical (1.JST) se deslocando entre uma crista e um cavado no Oceano Pacífico Sudeste. Ao atingir o continente (Chile), o JST se acopla ao ramo norte do Jato Polar (2.JPN), comportamento registrado na análise 20150522. Ao atravessar o continente, o jato acoplado sofre difluência (observado posteriormente pelo afastamento das linhas de corrente do vento) e, já no Atlântico Sudoeste o JST e o JPN se desacoplam. *faremos um corte vertical para verificar na próxima aula
A Zona de Convergência Intertropical (3.ZCIT) pode ser observada tanto no Pacífico (estreitar um pouco) quanto no Atlântico. Pelo mapa de vapor não conseguimos notar uma grande diferença de latitude (como no mapa GFS de 1000 hPa), principalmente pela espessura da ZCIT no Pacífico.
A região de instabilidade observada em 20150521 e 20150522 cresceu ainda mais, ocupando todo o Norte e parte do Centro Oeste do Brasil, com aumento de nebulosidade em toda região (a ser comentado na próxima aula)



Figura 2. GFS 250 hPa. Linhas amarelas indicam o JPN, linhas vermelhas indicam o JST, linhas pretas tracejadas os cavados e linhas pretas `dente de serra` as cristas.

Na Figura 2 (250 hPa), a análise do GFS mostra os JST e JPN da mesma forma que na imagem de satélite.  * vide observação acima. Além disso, se observa que o acoplamento sobre o centro de Chile, Argentina e parte do oceano Atlântico ainda continua. No oeste de América do Sul se observa um cavado importante com sentido NO-SE, mas a diferença do dia anterior é que este se mostra dividido em dois, com a parte que fica mais ao sul continuando seu movimento com direção para leste e a outra se mantendo no mesmo lugar. Há uma crista que fica sobre América do Sul que permanece intensa e o cavado para leste de Brasil obteve uma inclinação NO-SE. Note o deslocamento da circulação anticiclônica - que se encontrava a S da circulação ciclônica no centro da Am. do Sul ontem - para leste. Esta configuração é notada também em 500hPa e é interessante observar a animação da imagem de satélite no canal do vapor d'água para as 24 horas do dia 23 de maio.


Figura 3. GFS 500 hPa. Linhas amarelas indicam o JPN, linhas pretas tracejadas os cavados e elipses vermelhas os centros de alta pressão.

Na Figura 3 (500 hPa), a análise do GFS mostra que os cavados ficam na mesma forma que no nível de 250hPa, no entanto, sobre a América do Sul há crista dos níveis altos fica como duas circulações anticiclônicas, uma no centro do Brasil e outra com centro em 25°S – 35°W, A baixa pressão que ficava sob o norte de Argentina em 20150522 se dissipou e o que se vê dela é apenas um pequeno cavado associado à instabilidade que ocorreu no Paraguai (ver animação das imagens de satélite no infravermelho com a temperatura realçada).

Figura 4. GFS 850 hPa. Linhas verdes tracejadas indicam os cavados, linhas verdes 'em escada' as cristas e elipses vermelhas os centros de alta pressão.

Na Figura 4 (850 hPa), a análise do GFS mostra duas altas bem configuradas, a primeira sobre o Pacífico Sul com centro em 34°S – 100°W e a segunda sob Atlântico Sul com centro em 29°S –  38°W, além de algumas cristas e cavado ao sul das mesmas. A circulação da ASAS favorece aporte de umidade e calor no Paraguai.


Figura 5. GFS 1000 hPa para o dia 23 de maio de 2015 às 12 UTC. `Caixas` verdes indicam a ZCIT, elipses vermelhas os centros de alta pressão, elipses azuis os centros de baixa pressão, a linha azul com triângulos uma frente fria, a linha vermelha com semi-círculos uma frente quente e a linha roxa uma frente oclusa.

A análise da Figura 5 (pressão reduzida ao nível médio do mar) mostra as Altas Subtropicais
do Pacífico Sul (ASPS) e do Atlântico Sul (ASAS) na posição descrita no nível de 850 hPa. Nota-se
uma frente fria sobre o centro da Argentina e prolongando-se até o ciclone com centro em 60°S – 45°W, onde encontra uma pequena frente quente, tornando-se uma frente oclusa próxima ao ciclone em 60°S – 45°W. Nota-se também outro ciclone à leste, próximo a 45°S – 5°W. A frente deve ser posicionada mais ao norte. Note a baixa no NE da Argentina e Uruguai. Veja o campo de vorticidade em 1000hPa bem como da convergência, convergência de umidade e confluência dos ventos. Na costa da BA ainda há uma forte convergência, favorecendo os altos acumulados de precipitação registrados (http://www.ogimet.com/cgi-bin/gsynop?zona=amersurc&base=bluem&proy=orto&ano=2015&mes=05&day=23&hora=12&vr4=R4&enviar=Ver)
. A ZCIT está entre 5 e 13°N no Pacífico e aproximadamente entre 0 e 5°N no Atlântico.


Referências

Figura 1 - Modificado de
http://satelite.cptec.inpe.br/repositorio5/goes13/goes13_web/ams_vapor_baixa/2015/05/S11232953_201505230000.jpg

Figura 2 - Modificado de
http://www.masterantiga.iag.usp.br/previsao_glob/sinotica_old.php?var=POR_250_RITA_00Z23MAY2015.jpeg

Figura 3 - Modificado de
http://www.masterantiga.iag.usp.br/previsao_glob/sinotica_old.php?var=POR_500_RITA_00Z23MAY2015.jpeg

Figura 4 - Modificado de
http://www.masterantiga.iag.usp.br/previsao_glob/sinotica_old.php?var=POR_850_RITA_00Z23MAY2015.jpeg

Figura 5 - Modificado de
http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&pos=1&prod=previsao_glob

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