20150528 - 00Z
RICARDO BATISTA VILELA
TAYLA DIAS DA SILVA
Figura 1.a - Imagem de satélite do canal infravermelho (GOES 13+METEOSA_IR). As linhas representam o JST (em vermelho), o JPN (em laranja) e o JPS (em amarelo). Fonte: CPTEC/INPE.
Figura 1.b - Animação das imagens de satélite do vapor d'água (GOES 13_WV). Imagens das 21UTC do dia 27/05/2015 e das 00, 03, 06, 09, 12 e 15UTC do dia 28/05/2015. Fonte: CPTEC/INPE.
A imagem de satélite (fig. 1-a) mostra em latitudes médias no hemisfério sul regiões de baixa temperatura associadas à intensa convecção produzida pelos sistemas frontais em superfície. A nebulosidade (topo das nuvens) apresenta um aspecto de divergência que corresponde à divergência do vento em altos níveis nessas regiões. O Jato Subtropical (vermelho) descreve um cavado ao norte da Argentina e Paraguai e é acompanhado no seu setor leste por uma região de bastante nebulosidade associada a uma frente em superfície. No oceano Atlântico, predomina nos jatos a componente zonal e estão posicionados nas latitudes de aproximadamente 30°S (subtropical), 40oS (polar norte) e 47oS (polar sul). A ZCIT também pode ser identificada nessa imagem e ela se posiciona entre as latitudes de 3o-6oN no Atlântico e entre 6o-9oN no Pacífico (em verde).
Figura 2 - Análise da carta sinótica de 250hPa. As linhas representam o JST (em vermelho), o JPN (em laranja) e o JPS (em amarelo). As linhas tracejadas representam os cavados (em azul). Fonte: CPTEC/INPE.
A carta sinótica do nível de 250hPa (fig. 2) mostra as regiões onde os Jatos de Altos Níveis são mais intensos (núcleos na cor vermelha). Nota-se na região continental que os jatos se dividem formando uma bifurcação que volta a se juntar no oceano Atlântico. Com isso é formado um cavado no setor norte dessa bifurcação e o vento que passa por esse cavado é responsável por uma advecção de vorticidade e consequentemente pela ciclogênese verificada em superfície, mais especificamente sobre o estado brasileiro de Santa Catarina. Sobre o nordeste do estado de Minas Gerais e sul da Bahia nota se um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis que mantém o tempo seco nessa região.
Figura 3 - Análise da carta sinótica de 500hPa. As linhas representam o JPN (em laranja) e o JPS (em amarelo). A linha tracejada representa o cavado (em azul). Fonte: CPTEC/INPE.
Na carta de 500 hPa (fig. 3), ainda é possível identificar uma porção dos jatos polares sobre o atlântico evidenciando seu grande desenvolvimento vertical e intensidade. Sobre o continente existe um cavado que se alonga desde o norte do Chile até a bacia do Prata e oceano adjacente. O monitoramento desse cavado mostra que ele continua se deslocando para leste fazendo com que sistemas em superfície também se desloquem nessa direção.
Figura 4 - Análise da carta sinótica de 850hPa. Fonte: CPTEC/INPE.
Na carta sinótica de 850hPa (fig. 4), nota-se uma circulação anticiclônica centrada em 25oS/31oW atuando sobre o sul da Bahia, MG, ES e norte do RJ que favorece a advecção ar quente e úmido nesta região. Ao norte de 10oS, observa-se um escoamento de leste do Oceano Atlântico para as regiões Nordeste e Norte do Brasil. Existe um centro de baixa pressão em torno de 28oS/48oW, associado à frente fria em superfície, atuando sobre a região Sul, sul do MS e SP e parte do leste da Argentina e Paraguai. É possível identificar mais dois centros de baixa pressão, um em torno de 53oS/7oW sobre o Oceano Atlântico e outro em torno de 48oS/92oW sobre o Oceano Pacífico (é possível ver os centros de baixa pressão citados anteriormente em superfície) .
Figura 5 - Análise da carta sinótica de superfície. As linhas tracejadas representam os cavados (em amarelo). Fonte: CPTEC.
Na carta sinótica de superfície (fig. 5), pode-se identificar a ASPS que está próxima ao continente e a ASAS que está ao sul de sua posição climatológica e um cavado invertido no litoral da região NE do Brasil. Nota-se um anticiclone na isóbara de 1024hPa atuando sobre o noroeste da Argentina propiciando tempo seco na região. O setor oeste da frente que está no Atlântico já se encontra estacionário, portanto não há condições para que o sistema avance para norte devido a propagação exclusivamente zonal dos jatos sobre essa região. O ramo estacionário desse sistema frontal está unido com a frente quente do sistema que está atuando no continente. O centro de baixa pressão de 1012hPa em torno de 28oS/48oW está deslocado para leste em relação a sua posição na carta sinótica de 850hPa indicando que este ciclone irá se intensificar nas próximas horas. A frente fria associada a este sistema se deslocou em relação ao dia anterior em direção ao sul de SP. Também há mais dois sistemas frontais sobre o Oceano Pacífico um centrado em 48oS/92oW e outro centrado em 52oS/119oW. No oceano Atlântico adjacente ao sul da Argentina há um cavado fraco que provavelmente não provocou instabilidade. Pela imagem do satélite (fig. 1-a) e pela convergência de umidade (fig. 6) identificou-se a ZCIT entre 6-9o N sobre o oceano Pacífico entre 3-6o N sobre o oceano Atlântico (em laranja).
Figura 6 - Vorticidade (contour) e divergência de umidade (shaded) em 1000hPa. Fonte: MASTER.
Figura 7 - Precipitação acumulada em 24h do dia 27/05/2015 as 09:00hl ao dia 27/05/2015 as 09:00hl. Fonte: OGIMET.
A figura 7 mostra os milímetros de precipitação acumulados nas estações meteorológicas. No litoral da região Sul do Brasil verificam-se os maiores acumulados de precipitação devido à passagem do sistema
frontal que trouxe instabilidade para a região. Por fenômenos termodinâmicos, registrou-se
precipitação no litoral do nordeste. Em pontos isolados registrou-se
precipitação na região Norte devido ao calor e à umidade na região amazônica. Na maior
parte do território brasileiro não houve registro de precipitação. Há registro
de precipitação no norte da Bolívia e em outras localidades do país.
Anexos
Figura 8.a - Corte vertical para a longitude 30oW. Fonte: MASTER.
Figura 8.b - Corte vertical para a longitude 80oW. Fonte: MASTER.
Referências
Cartas sinóticas de 250, 500, 850hPa e superfície. Imagem de satélite (fig. 1-a). Modificado de:
Imagens de satélite (fig. 1-b):
Precipitação acumulada:
Aula master gfsana.
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