Menu

domingo, 31 de maio de 2015

20150531

Paulo Maurício
Alexandre Manenti

20150530 - 00 Z





Figura 1. Imagem de satélite de vapor d'água. O JST está representada em vermelho, o JPN e JPS em laranja e amarelo, respectivamente. A ZCIT está indicada em verde.


A imagem de satélite mostra a ZCIT bem definida no oceano Atlântico, mas nem tão bem definida para o oceano Pacífico. O JST se encontra próximo ao JPN, atingindo o Sul e SE do Brasil. Já o JPS se encontra um pouco ao Sul do JPN, atingindo o centro da Argentina (veja a carta de 250hPa: o JST se encontra entre 35S 120W no Oceano Pacífico, está praticamente zonal na latitude de 25S sobre o continente sul americano e a leste do eixo do cavado tem uma componente meridional intensa, deslocando-se para a latitude de 45S entre 30 e 10oW, retornando à latitude de 30S na longitude de 0o. O JPN está um pouco a sul no Oc. Pacífico, com uma pequena parte a oeste do Chile na latitude de 40oS, não há indícios dele no continente e só volta a ser identificado no Oc. Atlântico entre 50 e 55S entre 40 e 5oW. O JPS é identificado em quase 60S entre 20 e 30W). Uma pequena zona de instabilidade (azul) pode ser observada no NE do Brasil. Essa se intensifica um pouco conforme entra continente adentro para logo em seguida se dissipar.


Figura 2. Análise da carta sinótica em 250hPa. Os Jatos seguem o padrão de cor da imagem de satélite. As linhas tracejadas e em dente de serra representam os cavados e as cristas, respectivamente.


Os Jatos de altos níveis são observados ao Sul da figura, na mesma configuração observada na imagem de satélite. Essas posições foram definidas seguindo o critério de identificação dos jatos através dos níveis geopotenciais. Pode-se observar a presença de diversas cristas e cavados, sendo os mais significativos a crista próxima a 20°W e o cavado próximo a 10°W. Nota-se a presença da duas altas, uma em 13°S-75°W e outra em 5°S-25°W.



Figura 3. Análise da carta sinótica em 500hPa. Os Jatos seguem o padrão de cor da imagem de satélite.


A análise da carta sinótica em 500hPA ainda apresenta alguns traços dos JPS e JPN, principalmente sobre os oceanos Pacífico e Atlântico. Uma série de altas podem ser observadas na linha de 10°S. Não se encontra nenhuma baixa na análise apresentada. Pode-se notar a presença da diversas cristas e cavados, sendo a crista presente no oceano Atlântico a mais acentuada.


Figura 4: Análise da carta sinótica em 850 hPa

No nível de 850 mb, nota-se a presença da ASPS e ASAS. Em torno de 110° (80?)W e 47° S, mais ou menos, pode-se observar a presença de um cavado, na qual, a sua posição está próxima de uma região de advecção de temperatura (quente - região circular). Na região mais ao sul da Argentina, pode-se notar a presença de uma crista. Em torno de 40° W, pode-se notar a presença de uma baixa. Na região sudeste do Brasil, observa-se uma advecção de temperatura (quente - região circular). 

                                     
                                                Figura 5: Análise da carta sinótica em 1000 hPa


No nível de superfície, pode-se notar as posições da ASAS e da ASPS. Em relação a ZCIT, observa-se que sobre o Oceano Atlântico se encontra em, mais ou menos, 5°N, enquanto que sobre o Oceano Pacífico, ela se encontra entre 5°N e 10°N. Comparada com o nível de 850 mb, pode-se observar que a crista que se encontra na parte sul da Argentina está deslocada para leste. A baixa encontra em torno de 40°W e 40°S, encontrada também no nível de 850 mb, está associada com uma frente fria que se estende entre uma parte da região sul e sudeste do Brasil (veja como a frente quente no Anexo - Fig. 7 se encontra mais ao norte do que identificado na análise).



Figura 6: Precipitação acumulada nas últimas 24 horas.


Em relação a chuva acumulada nas últimas 24 horas, pode-se observar que sobre a região litorânea na parte nordeste do Brasil, a precipitação variou entre 0 a 18 mm. Em relação a parte litorânea da parte sudeste e sul do Brasil, observa-se que a precipitação foi praticamente nula. O ponto com o maior valore de precipitação cumulada se encontra na região centro-oeste, sobre o Estado do Mato Grosso do Sul, com um valor de 38 mm.  

Anexo


Figura 7: Vorticidade e divergência em 1000 mb.


Referências:

Figura 1: http://satelite.cptec.inpe.br/repositorio5/goes13/goes13_web/ams_vapor_alta/2015/05/S11232954_201505310000.jpg

Figura 2: http://www.masterantiga.iag.usp.br/previsao_glob/sinotica_old.php?var=POR_250_RITA_00Z31MAY2015.jpeg

Figura 3: http://www.masterantiga.iag.usp.br/previsao_glob/sinotica_old.php?var=POR_500_RITA_00Z31MAY2015.jpeg

Figura 4: http://www.masterantiga.iag.usp.br/previsao_glob/sinotica_old.php?var=POR_850_RITA_00Z31MAY2015.jpeg

Figura 5: http://www.masterantiga.iag.usp.br/previsao_glob/sinotica_old.php?var=POR_surface_RITA_15053100.jpeg

Figura 6: http://www.ogimet.com/cgi-bin/gsynop?zona=amersurc&base=bluem&proy=orto&ano=2015&mes=05&day=31&hora=00&vr4=R4&enviar=Ver

Figura 7: aulamaster.usp.iag.br







sábado, 30 de maio de 2015

20150530

20150530 - 00Z
Analisado por: Alberto Bié e Vítor Lopes




Figura 1. Imagem do Satélite GOES-13 no infravermelho. As linhas em vermelho, laranja e amarelo representam os jatos Subtropical (JST), Polar Norte (JPN) e Polar Sul (JPS), respectivamente (os jatos desta imagem de satélite devem ser os mesmos identificados em 250hPa). Fonte: INPE/CPTEC/DSA.

Na Figura 1 nota-se a presença da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) atuando sobre o Oceano Atlântico na altura do Amapá, sua componente sobre o Pacífico atua próximo a costa da América Central. Não houve grande mudança de posição em relação ao dia anterior.

O cavado anteriormente localizado sobre a região central do Brasil agora se desloca para leste e ganha uma componente meridional mais pronunciada, com isso os sistemas em superfície se movem em direção ao oceano Atlântico fazendo com que grande parte da nebulosidade sobre a região se dissipe.


Figura 2. Análise da carta sinótica de 250hPa. As linhas em vermelho, laranja e amarelo representam os jatos Subtropical (JST), Polar Norte (JPN) e Polar Sul (JPS), respectivamente. As linhas tracejadas em preto representam as regiões de cavado. Fonte: INPE/CPTEC.

Na análise da carta sinótica de 250hPa (Figura 2) nota-se a presença de um cavado entre as províncias de Buenos Aires e Córdoba (Argentina), a nebulosidade decorrente desse cavado pode ser observada através da Figura 1. Notam-se dois núcleos de maior intensidade dos ventos nos Jatos Polar Norte e Polar Sul sobre o Oceano Atlântico. Ambos estão associados à evolução de sistemas sinóticos em superfície.



Figura 3. Análise da carta sinótica de 500hPa. As linhas em vermelho e amarelo representam os jatos Subtropical (JST e Polar Sul (JPS), respectivamente. As linhas tracejadas em preto representam as regiões de cavado. Fonte: INPE/CPTEC.

Na análise da carta sinótica de 500hPa (Figura 3) nota-se a presença de um cavado sobre a costa sul/sudeste do Brasil. A região a leste desse cavado possui uma componente meridional bastante pronunciada,em função dessa componente, os sistemas transientes em superfície são deslocados para o Atlântico Leste.



Figura 4. Análise da carta sinótica de 850hPa. Fonte: INPE/CPTEC.

Na análise da carta sinótica de 850hPa (Figura 4) nota-se um escoamento bastante intenso associado ao ramo oeste do sistema de alta pressão e o ramo leste do ciclone extratropical, ambos localizados sobre o Oceano Atlântico. Também se destaca o Jato de Baixos Níveis (JBN) localizado a leste dos Andes.


Figura 5. Análise da carta sinótica de superfície. Fonte: INPE/CPTEC.

Na análise da carta sinótica de superfície (Figura 5) nota-se a presença da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) localizada entre 3°N - 5°N sobre o Atlântico e entre 5°N-10°N sobre o Pacífico, aproximadamente. A Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) tem centro de alta pressão associado localizado em torno de 18°O/38°S. Embebido em parte do seu ramo oeste encontra-se um ciclone extratropical com centro de baixa localizado em, aproximadamente, 43°O/35°S. Um sistema frontal se desprende desse sistema e atua próximo a fronteira dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro e sobre o Atlântico adjacente. A posição dos Jatos de Altos Níveis em relação a esse sistema indica que parte desta onda está em oclusão. A Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) tem seu centro localizado por volta de 92°O/28°S e atua em grande parte do litoral oeste da América do Sul. Outros sistemas transientes podem ser observados tanto sobre o Atlântico quanto sobre o Pacífico.


Figura 6. Precipitação acumulada em 24h. Fonte: Ogimet.

Na Figura 6 observa-se um acumulado de precipitação na região sudeste do Brasil. Essa precipitação está diretamente associada a passagem do sistema frontal que hoje se encontra próximo dos litorais de São Paulo e Rio de Janeiro como citado na Figura 5. A diminuição da taxa de precipitação no sul do país se deve, principalmente, pela incursão de um anticiclone migratório pós-frontal que inibe a convecção na região. Espera-se, portanto, que nos próximos dias esse anticlone atinja a região sudeste e cause uma queda brusca na temperatura e diminuição nas taxas de precipitação.


Figura 7. Advecção de vorticidade relativa em 1000hPa. Fonte: Master.

Nota-se que a região do ciclone extratropical apresenta advecção de vorticidade positiva (?), isso pode estar ocorrendo pelo ciclone estar se  encaminhando para oclusão. Durante a oclusão o sinal da advecção de vorticidade gerada pelo anticiclone pós-frontal (>0) possivelmente está predominando sobre o sinal da vorticidade gerada pelo ciclone (<0).


Anexos


Figura 8. Corte vertical para 10°O. Fonte: Master.


Figura 9. Divergência de umidade em 1000hPa. Fonte: Master.




Referências:

Cartas sinóticas de 250hPa, 500hPa, 850hPa e superfície (Figuras 2, 3, 4 e 5) (modificadas) de:
<http://img0.cptec.inpe.br/~rgptimg/Produtos-Pagina/Carta-Sinotica/Analise/impressao/>

Imagem de satélite (Figura 1) (modificada):
<http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logic>

Precipitação acumulada em 24h (Figura 6):
<http://www.ogimet.com/gsynop.phtml>

Produtos GPT:
<http://gpt.cptec.inpe.br/>










sexta-feira, 29 de maio de 2015

20150529

20150529 - 00Z
Analisado por: Victor Chávez Mayta e Vannia Aliaga Nestares 




Figura 1 - Imagem de vapor de água (satélite GOES 13). As linhas representam o Jato Subtropical (JST) (vermelho), o ramo Norte do Jato Polar (JPN) (laranja) e o ramo Sul do Jato Polar (JPS) (amarelo).
Fonte: CPTEC.

Na figura 1 mostra-se a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) (verde) bem definida no Oceano Atlântico com posição horizontal em comparação com a localizada no Pacífico que se encontra orientada no sentido NW-SE. O cavado do JSB deslocou-se para leste com relação ao dia anterior, tendo seu eixo sobre MT e MS . Além disso, observa-se acoplamento dos JST e JPN (e JPS - veja na análise de 250hPa e corte vertical: o JPS está limitado às latitudes maiores, a leste do extremo sul da Argentina) no Atlântico Sul. No centro de Argentina nota-se também bastante nebulosidade associada à passagem de uma frente fria em superfície e a difluência do JST e JPN nos níveis altos. A instabilidade na região sudeste do Brasil e na Amazônia foi maior em comparação com o dia anterior.  

Figura 2 - Análise dos ventos e altura geopotencial do modelo GFS em 250 hPa. JST (vermelho), JPN (laranja) e JPS (amarelo), linhas pretas tracejadas representam os cavados e linhas pretas `dente de serra`, as cristas
Fonte: MASTER

No análise da carta sinótica de 250 hPa do GFS pode-se identificar o JST estendido de forma quasi-zonal sobre o Pacífico e Atlântico, mas formando um cavado sobre o sul do Brasil com eixo sobre os 50° W de longitude. O JPN pode ser identificado sobre o sul de Argentina e acoplado ao JST no Atlântico.  Seguindo os critérios de identificação do jatos, na longitude de 45°W se identificou o JST 25 e 35 °S e o JPN entre 45 e 55 °S (Ver anexo). 
Foram identificadas duas circulações anticiclônicas com centros em 88°W - 12°S e 22°W - 5°S, além de duas circulações ciclônicas com centros em 80°W - 52°S e 50°W - 35°S.


Figura 3 - Análise de ventos e altura geopotencial do modelo GFS em 500 hPa.  JPN (laranja) e JPS (amarelo), linhas pretas tracejadas representam os cavados e linhas pretas `dente de serra`, as cristas
Fonte: MASTER

No análise da carta sinótica de 500 hPa do GFS pode-se identificar o JPN estendido no Pacífico em relação ao nível de 250 hPa, além de seu acoplamento com o JST no Atlántico. Com respeito ao dia anterior observa-se o cavado sobre continente deslocando-se com direção nordeste e manifestando intensidade e profundidade. Observam-se também duas circulações anticiclônicas com centros localizados em 80°W - 18°S e 18°W - 10°S, e quatro circulações ciclônicas.


Figura 3 - Análise de ventos e altura geopotencial do modelo GFS em 850 hPa.  Linhas pretas tracejadas representam os cavados e linhas pretas `dente de serra`, as cristas
Fonte: MASTER

No análise da carta sinótica de 850 hPa de GFS pode-se identificar duas circulações anticiclônicas e três circulações ciclônicas, das quais dois estão gerando instabilidade no continente. A baixa localizada em  45°W - 30°S está associada a um frente em superfície afetando a região sudeste do Brasil com chuvas e nebulosidade devido também aos ventos de nordeste associados à circulação anticiclônica do Atlântico. Por outro lado, a baixa localizada em 80°W - 52°S também se encontra associada à passagem de uma frente em superfície afetando o sul de Chile e Argentina com chuvas e nebulosidade.

Figura 4 - Análise de ventos em superfície, pressão ao nível do mar  e espessura entre 500 e 1000 hPa do modelo GFS .  Linhas azuis representam frentes frias; vermelhas, frentes quentes; roxas, frentes oclusas; e verdes, a ZCIT. 
Fonte: MASTER

A análise da carta sinóptica em superfície permite identificar a ZCIT quasi-zonal no Atlântico em 5°N aproximadamente e orientada com direção NW-SE no Pacífico. Observam-se quatro baixas, uma delas no Hemisfério Norte configurando provavelmente uma tormenta tropical, e as outras três localizadas no Hemisfério Sul configurando sistemas frontais. Além disso nota-se um sistema frontal em 40°W e uma frente estacionária no Atlântico Sul associada ao sistema frontal localizado na costa  sudeste do Brasil.     



Figura 5 - Precipitação acumulada em 24 h  (desde 09:00 hl de 28/05/2015 até 09:00 hl de 29/05/2015) de dados SYNOP . 
Fonte: OGIMET

Na figura 5 observa-se maiores acumulados de precipitação na região sul e sudeste do Brasil, além da zona leste de Uruguai, associadas ao passagem da frente fria e pela ciclogênese originada pelo cavado em níveis altos e médios observado nas figuras 2 e 3. Outra zona com precipitações importantes é o litoral norte do Brasil devido a os ventos do leste que geraram uma linha de instabilidade deslocando-se com direção à bacia amazônica. Observa-se também máximas precipitações nas Guianas relacionadas com o posicionamento da ZCIT.


Anexo:

Figura 6 - Vorticidade e divergência de umidade em 1000hPa. Fonte: MASTER.

   Figura 7 - Corte vertical. Longitude  45o W. Fonte: MASTER.

Referencias:

  1. Imagens de satélite :http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logi
  2. Cartas sinóticas de 250, 500, 850hPa e superfície: http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob
  3. Precipitação acumulada 24 h: http://www.ogimet.com/cgi-bin/gsynop zona=amersurc&base=bluem&proy=orto&ano=2015&mes=05&day=29&hora=12&vr4=R4&enviar=Ver

quinta-feira, 28 de maio de 2015

20150528

20150528 - 00Z


Analisado por
         RICARDO BATISTA VILELA
         TAYLA DIAS DA SILVA
Figura 1.a - Imagem de satélite do canal infravermelho (GOES 13+METEOSA_IR). As linhas representam o JST (em vermelho), o JPN (em laranja) e o JPS (em amarelo). Fonte: CPTEC/INPE.

Figura 1.b - Animação das imagens de satélite do vapor d'água (GOES 13_WV). Imagens das 21UTC do dia 27/05/2015 e das 00, 03, 06, 09, 12 e 15UTC do dia 28/05/2015. Fonte: CPTEC/INPE.

   A imagem de satélite (fig. 1-a) mostra em latitudes médias no hemisfério sul regiões de baixa temperatura associadas à intensa convecção produzida pelos sistemas frontais em superfície. A nebulosidade (topo das nuvens) apresenta um aspecto de divergência que corresponde à divergência do vento em altos níveis nessas regiões. O Jato Subtropical (vermelho) descreve um cavado ao norte da Argentina e Paraguai e é acompanhado no seu setor leste por uma região de bastante nebulosidade associada a uma frente em superfície.  No oceano Atlântico, predomina nos jatos a componente zonal e estão posicionados nas latitudes de aproximadamente 30°S (subtropical), 40oS (polar norte) e 47oS (polar sul). A ZCIT também pode ser identificada nessa imagem e ela se posiciona entre as latitudes de 3o-6oN no Atlântico e entre 6o-9oN no Pacífico (em verde).

Figura 2 - Análise da carta sinótica de 250hPa. As linhas representam o JST (em vermelho), o JPN (em laranja) e o JPS (em amarelo). As linhas tracejadas representam os cavados (em azul). Fonte: CPTEC/INPE.

   A carta sinótica do nível de 250hPa (fig. 2) mostra as regiões onde os Jatos de Altos Níveis são mais intensos (núcleos na cor vermelha). Nota-se na região continental que os jatos se dividem formando uma bifurcação que volta a se juntar no oceano Atlântico. Com isso é formado um cavado no setor norte dessa bifurcação e o vento que passa por esse cavado é responsável por uma advecção de vorticidade e consequentemente pela ciclogênese verificada em superfície, mais especificamente sobre o estado brasileiro de Santa Catarina. Sobre o nordeste do estado de Minas Gerais e sul da Bahia nota se um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis que mantém o tempo seco nessa região.

Figura 3 - Análise da carta sinótica de 500hPa. As linhas representam o JPN (em laranja) e o JPS (em amarelo). A linha tracejada representa o cavado (em azul). Fonte: CPTEC/INPE.

   Na carta de 500 hPa (fig. 3), ainda é possível identificar uma porção dos jatos polares sobre o atlântico evidenciando seu grande desenvolvimento vertical e intensidade. Sobre o continente existe um cavado que se alonga desde o norte do Chile até a bacia do Prata e oceano adjacente. O monitoramento desse cavado mostra que ele continua se deslocando para leste fazendo com que sistemas em superfície também se desloquem nessa direção.

Figura 4 - Análise da carta sinótica de 850hPa. Fonte: CPTEC/INPE.

   Na carta sinótica de 850hPa (fig. 4), nota-se uma circulação anticiclônica centrada em 25oS/31oW atuando sobre o sul da Bahia, MG, ES e norte do RJ que favorece a advecção ar quente e úmido nesta região. Ao norte de 10oS, observa-se um escoamento de leste do Oceano Atlântico para as regiões Nordeste e Norte do Brasil. Existe um centro de baixa pressão em torno de 28oS/48oW, associado à frente fria em superfície, atuando sobre a região Sul, sul do MS e SP e parte do leste da Argentina e Paraguai. É possível identificar mais dois centros de baixa pressão,  um em torno de 53oS/7oW sobre o Oceano Atlântico e outro em torno de 48oS/92oW sobre o Oceano Pacífico (é possível ver os centros de baixa pressão citados anteriormente em superfície) .

Figura 5 - Análise da carta sinótica de superfície. As linhas tracejadas representam os cavados (em amarelo). Fonte: CPTEC.

   Na carta sinótica de superfície (fig. 5), pode-se identificar a ASPS que está próxima ao continente e a ASAS que está ao sul de sua posição climatológica e um cavado invertido no litoral da região NE do Brasil. Nota-se um anticiclone na isóbara de 1024hPa atuando sobre o noroeste da Argentina propiciando tempo seco na região. O setor oeste da frente que está no Atlântico já se encontra estacionário, portanto não há condições para que o sistema avance para norte devido a propagação exclusivamente zonal dos jatos sobre essa região. O ramo estacionário desse sistema frontal está unido com a frente quente do sistema que está atuando no continente. O centro de baixa pressão de 1012hPa em torno de 28oS/48oW está deslocado para leste em relação a sua posição na carta sinótica de 850hPa indicando que este ciclone irá se intensificar nas próximas horas. A frente fria associada a este sistema se deslocou em relação ao dia anterior em direção ao sul de SP. Também há mais dois sistemas frontais sobre o Oceano Pacífico um centrado em 48oS/92oW e outro centrado em 52oS/119oW. No oceano Atlântico adjacente ao sul da Argentina há um cavado fraco que provavelmente não provocou instabilidade. Pela imagem do satélite (fig. 1-a) e pela convergência de umidade (fig. 6) identificou-se a ZCIT entre 6-9o N  sobre o oceano Pacífico entre 3-6o N sobre o oceano Atlântico (em laranja).

Figura 6 - Vorticidade (contour) e divergência de umidade (shaded) em 1000hPa. Fonte: MASTER.

Figura 7 - Precipitação acumulada em 24h do dia 27/05/2015 as 09:00hl ao dia 27/05/2015 as 09:00hl. Fonte: OGIMET.

    A figura 7 mostra os milímetros de precipitação acumulados nas estações meteorológicas. No litoral da região Sul do Brasil verificam-se os maiores acumulados de precipitação devido à passagem do sistema frontal que trouxe instabilidade para a região. Por fenômenos termodinâmicos, registrou-se precipitação no litoral do nordeste. Em pontos isolados registrou-se precipitação na região Norte devido ao calor e à umidade na região amazônica. Na maior parte do território brasileiro não houve registro de precipitação. Há registro de precipitação no norte da Bolívia e em outras localidades do país.

Anexos

 Figura 8.a - Corte vertical para a longitude 30oW. Fonte: MASTER.

Figura 8.b - Corte vertical para a longitude 80oW. Fonte: MASTER.

Referências

Cartas sinóticas de 250, 500, 850hPa e superfície. Imagem de satélite (fig. 1-a). Modificado de:

Imagens de satélite (fig. 1-b):

Precipitação acumulada: 

Aula master gfsana.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

20150527

Análise por:
Fernanda M. de Oliveira

Raidiel Puig



                                           Figura 1: Imagem de satélite no canal de vapor d'água.

A Figura 1 mostra a ZCIT (verde) não muito bem definida no Oceano Atlântico, orientada no sentido ENE WSW, enquanto no Pacífico a convecção é mais intensa, encontrando-se mais ao norte do que no Atlântico e alcançando a latitude de 15ºN. O Jato Subtropical (JST - vermelho) inicia-se na região central do Pacífico Sul, passando pelo Chile, norte da Argentina e Uruguai; e estendendo-se até o oceano Atlântico, nas latitudes de 30ºS e 35ºS. O ramo norte do Jato Polar tem uma posição zonal (40ºS) no Atlântico, enquanto no Pacifico sua assinatura se manifesta apenas em uma pequena região. O Jato Polar Sul tem apenas representação no Atlântico Sul.

Figura 2: Carta sinótica em 250 hPa.


A distribuição zonal dos jatos de altos níveis se dá por extensão NO-SE marcada pelo contorno de um cavado ao iniciar a passagem pelo continente. O ramo sul do Jato Polar se manifesta somente no Atlântico Sul. O Jato Subtropical apresenta maior intensidade principalmente na região compreendida entre 25º-35ºS, 90º-110ºW no Pacífico Sul e entre 35º-45ºS e 0-55ºW, aproximadamente, no Altântico Sul. O ramo norte do Jato Polar é mais intenso na porção do Atlântico do que na porção de sua pequena assinatura no Pacífico. Um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis e 2 baixas se encontram centrados em 15ºS, 45ºW, 55ºS, 100ºW e 55º-60ºS, 30ºW. Dois centros de Alta Pressão dominam as laterais do continente na faixa de 5ºS.


Figura 3: Carta sinótica em 500 hPa.

O Jato Subtropical perde sua marca central a 500 hPa. O ramo norte do Jato Polar pode ser observado tanto no Oc. Pacífico quanto no Atlântico, enquanto seu ramo sul permanece com padrão semelhante ao nível de 250 hPa. A ASAS encontra-se centrada em 25ºS, 10ºW e a ASPS em 15ºS, 90ºW. Cavados estendem-se do sul do Pacífico contornando o continente em direção à costa do Peru, com uma descontinuidade de 35ºS a 50ºS. Uma crista se estende da ASPS na direção sudeste; outra crista se manifesta ao longo da porção leste do Sul da América, continente abaixo. Observa-se também a presença de centros de Baixa Pressão fora do sudeste do Brasil e a norte das Guianas.


Figura 4: Carta sinótica em 850 hPa

A 850 hPa, a Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) se encontra centrada em torno de 20º-25ºS, 20ºW com valor de 156 dam. O centro de Alta Pressão que na superfície se concentrava ao leste da Argentina, para este nível concentra-se ao nordeste da Argentina, em torno de 35º-40ºS, 60ºW com valor de 153 dam. A Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) está em torno de 25ºS, 85ºW, com valor também de 153 dam. Há ainda a presença mais definida de uma Alta Pressão ao norte do equador, no Pacífico, centrada em 5º-10ºN, 100º-110ºW com valor de 150 dam. Em 55ºS, 30ºW identifica-se um centro de Baixa Pressão de valor 105 dam. Um cavado se estende meridionalmente no centro do Pacífico, outro na direção sudoeste nordeste ao sul do continente e UMA CRISTA cruza o continente, do Peru à noroeste até SP (corrigir na figura). Uma circulação ciclônica se encontra sobre o NE da Argentina, Sul do Paraguai e região Sul do Brasil. Há forte convergência de umidade (campo não mostrado) a nordeste desta circulação devido à confluência dos ventos.


Figura 5: Carta sinótica em Superfície

Em superfície, é possível observar a Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) centrada em torno de 25ºS/10ºW, com valor de 1020 hPa. Em torno de 40ºS, 55ºW, ao leste da Argentina, encontra-se outro centro de Alta Pressão com valor de 1024 hpa. A Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) está centrada em torno de 25ºS, 80ºW com valor de 1020 hpa. Destaca-se a presença de uma frente estacionária passando pelo sudeste e sul da Argentina até o Pacífico Sul em torno de 95ºW; e uma frente fria ao longo do Pacífico sudeste. Identifica-se ainda a atuação de uma menor frente fria ao nordeste da Argentina, e uma frente quente no sudeste de SC, aproximadamente. No Atlântico, a ZCIT localiza-se entre o equador e 5ºN e no Pacífico mais ao norte entre 5ºN e 15ºN.


Figura 6: Acumulado de precipitação em 24h (Fonte: ogimet.com)   

As precipitações na região noroeste do Brasil apresentam-se associadas à presença de uma área de instabilidade; enquanto, a nordeste, à presença da ZCIT. Outras regiões de concentração de chuvas predominantes ocorreram no Paraná, devido à aproximação de uma frente fria. No restante do território predominou a influência das altas pressões, desfavorecendo os processos de precipitação.


Referências:

Fig. 1 (adaptado): http://satelite.cptec.inpe.br/acervo/goes.formulario.logic


Fig. 2 (adaptado): http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob



Fig. 3 (adaptado): http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob



Fig. 4 (adaptado): http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob



Fig. 5 (adaptado):  http://www.masterantiga.iag.usp.br/ind.php?inic=00&prod=previsao_glob



Fig. 6 (adaptado): http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=tempo2/mapasPrecipitacao